O presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 afirmou hoje que as contas finais do evento da Igreja Católica deverão ser apresentadas publicamente até maio, assim que a Deloitte concluir a auditoria.
“Eu acredito que, mal a Deloitte nos entregue o relatório final da auditoria, possamos fazer a apresentação. E, estou convicto, não passará do mês de maio”, salientou o cardeal Américo Aguiar num áudio enviado às redações.
A Fundação JMJ Lisboa 2023 previa apresentar publicamente no primeiro trimestre deste ano as contas finais do encontro mundial de jovens com o Papa realizado em agosto, com a expectativa de lucro.
Em dezembro passado, fonte oficial da Fundação JMJ Lisboa 2023 assegurou à Lusa que as contas estavam a ser ultimadas e seriam encerradas no final do ano, de acordo com as obrigações legais.
Realçando o compromisso com todos os portugueses em tornar as contas públicas, Américo Aguiar sublinhou que serão do “conhecimento de todos” conforme a promessa feita.
“Todos os portugueses vão ter acesso a toda a informação e – na liberdade que nos caracteriza a todos e que deve caracterizar o regime de direito neste Estado de direito em que vivemos – depois cada um acha bem ou acha mal, concorda ou discorda”, observou.
Hoje, o Tribunal de Contas (TdC) alertou os responsáveis da JMJ para o excesso de adjudicações por ajuste direto, que representaram mais de metade dos contratos.
Segundo o relatório de auditoria às contas do evento da Igreja Católica, realizado em Lisboa em agosto do ano passado, foram reportados ao TdC 432 contratos, incluindo as respetivas modificações, no valor global de 64.131.635,89 euros, abaixo dos 75 milhões de euros previstos inicialmente, prevalecendo o ajuste direto, com 55,05% do valor adjudicado – 34.454.650,72 euros.
“Tendo em conta que a realização da JMJ2023 em Lisboa foi anunciada pelo Vaticano em 27/01/2019, não são inteiramente razoáveis as razões invocadas naquele regime especial permissivo para o ajuste direto”, observou o TdC no relatório hoje divulgado.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para receber a JMJ, um evento que contou com a participação de centenas de milhares de jovens de todo o mundo.
As principais cerimónias ocorreram no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
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