“A Inteligência Artificial [IA] é uma das conquistas científicas mais maravilhosas que já vi na vida. O que as pessoas têm de ter em conta é que é preciso ser responsável em termos de governance ao utilizá-la. A confiança começa antes da primeira linha de código”.
A mensagem foi transmitida esta quinta-feira por Reggie Townsend, membro do National AI Advisory Committee (NAIAC), que assessora a Casa Branca nos temas relacionados com algoritmos. A partir de uma conferência de tecnologia, onde foi orador por ser vice-presidente de Data Ethics Practice na SAS, Reggie Townsend falou ainda do AI Governance Group, um grupo de trabalho da tecnológica norte-americana para “ajudar as empresas a pensar nas questões de governança associadas à IA”.
No mesmo evento – SAS Innovate 2024 – esteve a presidente do NAIAC e CEO da organização sem fins lucrativos EqualAI, que aproveitou a ocasião para endereçar os tópicos da discriminação algorítmica e Propriedade Intelectual (PI). “Temos trabalho a fazer, mas está a haver progresso”, afirmou Miriam Vogel.
Um dos exemplos que deu foi o do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (EUA), onde a utilização de algoritmos de forma indiscriminada é considerada uma violação da lei. Não interessa se o sistema te leva para uma resposta certa, se durante o processo houve indivíduos a serem discriminados é um crime, alertou a especialista.
Foi em novembro do ano passado que o presidente dos EUA, Joe Biden, emitiu uma ordem executiva sobre IA – a primeira do género nos Estados Unidos – a exigir novas avaliações de segurança, orientações sobre equidade e direitos civis destes sistemas e investigação sobre o impacto da tecnologia no mercado de trabalho.
Miriam Vogel clarificou que os conteúdos produzidos pelas máquinas não estão protegidos pela legislação dos autores e criadores. “Os L.L.M. [Large Language Models] que são treinados com os nossos dados, as nossas conversas online, as nossas pesquisas… Onde está a PI aí?”, questionou-se sobre o assunto.
Quem também subiu ao palco principal desta convenção da SAS, que se realizou em Las Vegas, foi um dos diretores da Posten Norge, o operador postal da Noruega. Bendik Overgaard, em representação dos correios noruegueses, esclareceu como é que a empresa pública está a utilizar o software da SAS para gerir as cartas e encomendas.
“A arquitetura de armazenamento único que temos tem três camadas. Só assim se obtém latência de milissegundos de um dígito quando os dados – realmente importantes e contextuais – estão na memória. É desta forma que se consegue o tempo real, o que é preciso para poderem rastrear as vossas encomendas, e a previsibilidade para saber onde se encontram e onde é provável que estejam a seguir”, explicou o responsável pelo departamento de business intelligence da Posten Norge.
O evento anual da SAS é particularmente importante para o mercado português este ano, uma vez que a empresa nomeou recentemente um novo diretor geral para Portugal e Espanha: Guilherme Reis. O gestor, que tinha o cargo de diretor de Vendas de TMT nos Estados Unidos, está a trabalhar nestas funções há cerca de uma semana a partir de Madrid, embora se desloque regulamente a Lisboa.
Nesta tecnológica desde 2010, foi country leader na América Central e Caraíbas e responsável pelos contratos com os maiores bancos do Brasil. “Enquanto SAS, temos nas nossas mãos a capacidade de impulsionar o crescimento, promover a inovação e causar um impacto positivo e duradouro para as organizações e para a sociedade. Temos orgulho de levar aos nossos clientes o SAS Viya, uma plataforma de IA, analítica e gestão de dados na nuvem que permite a colaboração do utilizador”, referiu na primeira mensagem enquanto líder ibérico.
*A jornalista viajou aos EUA a convite da SAS
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