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Tecnológica SAS avisa empresas: “Modelos de linguagem sozinhos não resolvem os problemas dos negócios”

Cientista de dados da empresa diz, no arranque oficial da conferência SAS Innovate 2024, que é necessário ter um sistema que explique, governe e orquestre essa quantidade de informação processada.
17 Abril 2024, 20h03

A gestão da tecnológica norte-americana SAS está em peso em Las Vegas para apresentar os impactos concretos da Inteligência Artificial (IA) no crescimento e eficiência das empresas, além das principais novidades no software. No entanto, também há mensagens a transmitir aos empresários que estão a investir na transformação digital.

“No último ano e meio ou dois anos, aquilo que tenho mais ouvido nas reuniões com empresas em todo o mundo é: «Como é que posso fazer melhor e de forma mais eficiente aquilo que faço hoje em dia?». Pode ser uma opinião impopular, mas os L.L.M. [Large Language Models] sozinhos não resolvem os problemas dos negócios”, alertou a cientista de dados responsável por IA e Analítica na SAS, Marinela Profi, na conferência SAS Innovate 2024.

Na sua opinião, é necessário ter um sistema que explique, governe e orquestre. É nesse contexto que surge agora o Vyia Copilot, um assistente pessoal virtual para tarefas analíticas, comerciais e industriais com ferramentas de geração de código, limpeza e exploração de dados, planeamento de marketing ou design de jornada de digitalização.

O Chief Technology Officer (CTO) da SAS, um dos nomes mais sonantes neste palco no Aria Hotel, deu como exemplo de produtividade a operadora de telecomunicações Vodafone, que reduziu o tempo de processamento em um dia com o software da marca. “No passado, as organizações que utilizavam a IA tinham de ser construtoras de IA. Atualmente, os clientes pretendem consumir IA o máximo que puderem nos seus negócios para melhorar suas operações”, afirmou Bryan Harris, no evento que decorre nos Estados Unidos.

Estamos no início da era dos programadores empoderados com IA – Marinela Profi

Além dos robôs-assistentes à base de IA, a SAS – que está a investir mil milhões de dólares (cerca de 937 milhões de euros) nesta tecnologia – lançou-se também num gerador próprio de dados sintéticos (SAS Data Maker), que nasceu para endereçar os desafios de privacidade e escassez de dados, gerando dados tabulares sintéticos confidenciais.

Players antigos e outros que estão a surgir, como a Anthropic, a OpenAI, a Cohere, a Meta e por aí adiante estão todos a dobrar a curva de valor para cima. Mas então e os fornecedores de software independentes, como a SAS? O que é que isto significa para nós?”, questionou-se o CTO a propósito da concorrência.

“Simplificando, as empresas que hoje não conseguem entregar mais valor do que os distribuidores de cloud rapidamente tornam-se irrelevantes. Mas, assim como uma música fantástica que resiste ao teste do tempo, a SAS provou ser uma empresa resiliente que pode competir em qualquer ambiente”, assegurou Bryan Harris.

O CTO da SAS falou ainda sobre os avanços na computação quântica, que crê poder trazer desenvolvimentos especialmente importantes na área da investigação e descoberta de novos medicamentos, financial modeling, simulações de químicos e otimização em geral. “Achamos que os computadores quânticos ainda estão um ou dois anos atrás do que poderão ser, como os modelos foram para a IA generativa”, comparou o especialista.

*A jornalista viajou aos EUA a convite da SAS

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