O Presidente da República cortou relações com o filho (Nuno Rebelo de Sousa) depois do caso das gémeas luso-brasileiras no hospital de Santa Maria cujo tratamento para uma doença rara custou quatro milhões de euros em 2019.
O corte foi revelado pelo correspondente em Portugal do Correio Braziliente Vicente Nunes, depois de realizado um jantar na terça-feira entre Marcelo Rebelo de Sousa e os correspondentes estrangeiros no país.
“Isso é imperdoável, porque ele sabe que eu tenho um cargo público e político, e pago por isso. Há coisas piores na vida. Não sei se ele vai ser responsabilizado, não me interessa. Essa é uma das vantagens de se cortar. Ele tem 51 anos, se fosse o meu neto mais velho e preferido, com 20 anos, eu me sentiria corresponsável. Mas, com 51 anos, é maior e vacinado”, disse Marcelo Rebelo de Sousa citado pelo jornal brasileiro.
A polémica estalou pelo preço elevado do medicamento, o zolgensma, mas também pelas suspeitas de que poderá ter sido dado um tratamento preferencial e célere (as meninas viviam no Brasil e deslocaram-se para Portugal para a toma) no acesso ao medicamento que era o mais caro do mundo à altura. As meninas sofrem de uma doença rara: atrofia muscular espinhal (AME).
Marcelo Rebelo de Sousa revelou que as relações já não andavam boas com o filho há algum tempo, mas que houve um corte com o caso das gémeas, tendo contado que passou a última noite de Natal longe de alguns dos netos.
O Presidente também revelou que numa viagem ao Brasil, o seu filho marcou um encontro com vários políticos brasileiros para mostrar influência junto do Governo português; Marcelo ficou chateado com este episódio.
“Expliquei a um antigo presidente brasileiro, a presidentes de partidos, governadores que, se eu aceitasse que ele fosse, eles ficariam convencidos de que a melhor maneira de se chegar até a mim era através do filho. E o filho ficaria convencido de que a melhor maneira de chegar até eles era através de mim. Isso veio pouco meses antes das gémeas, o que mostrou o acerto da minha decisão” de romper relações com o filho, afirmou durante o jantar.
“Argumentei que não era possível”, disse Marcelo ao seu filho sobre o pedido depois de a Casa Civil ter rejeitado o pedido de Nuno Rebelo de Sousa. Isto foi em 2019, no final de 2023 estalou a polémica quando a “TVI/CNN” avançou a notícia. Marcelo revela que foi “preciso recorrer à tecnologia para recuperar as mensagens” trocadas então com o filho. “Não me lembrava das gémeas”.
“É teimoso, é leão. Foi um período chato, de ter um filho com o qual não se tem relacionamento, e que vai continuar sendo chato enquanto for preciso”, rematou, citado pelo “Correio Brasiliense”.
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