O fundador do Grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, afirmou hoje que acredita que a ligação ferroviária em alta velocidade entre Lisboa e Madrid é um projeto que faz sentido do ponto de vista económico e financeiro. Já a ligação entre Lisboa, Porto e Vigo não tem, na sua opinião, viabilidade económica.
“Portugal e Espanha precisam do TGV entre Lisboa e Madrid. Mas Porto-Vigo não faz sentido”, defendeu este sábado o fundador do grupo Vila Galé, na conferência de imprensa por ocasião da inauguração oficial do seu novo hotel em Isla Canela, no concelho de Ayamonte, na Andaluzia.
“Peças minhas contas, a ligação entre Lisboa, Porto e Vigo nem sequer é rentável. Mas a ligação entre Lisboa e Madrid é importante e será rentável”, disse o empresário.
O Governo anunciou na semana passada a localização do novo aeroporto de Lisboa, que ficará em Alcochete. E divulgou também planos para uma terceira travessia do Tejo, que permitirá avançar com a ligação de alta velocidade entre Lisboa e Madrid.
O Vila Galé Isla Canela é o 44º hotel do Grupo Vila Galé e constitui a sua primeira incursão no país vizinho. O objetivo do Vila Galé é abrir mais hotéis nos próximos anos, olhando para cidades como Sevilha e Madrid, acrescentou Jorge Rebelo de Almeida.
Novo aeroporto precisa de uma “solução intercalar”, para além da expansão da Portela
Questionado sobre se concorda com a localização do novo aeroporto de Lisboa, em Alcochete, Jorge Rebelo de Almeida recordou que Portugal estava há mais de 50 anos à espera desta decisão.
“A questão do aeroporto era uma vergonha para Portugal, com uma demora de 50 anos para decidir uma localização. Portugal precisa de um novo aeroporto”, disse o empresário, acrescentando que é também necessário ter uma solução “intercalar e complementar” ao aeroporto Humberto Delgado, na Portela, com uma “pista e uma estrutura logística simples”. Questionado se a expansão do aeroporto da Portela, que está prevista para os próximos anos, não resolve já esta necessidade, Jorge Rebelo de Almeida respondeu que este alargamento “já devia ter sido feito pela concessionária”.
“É outra vergonha”, defendeu, acrescentando que “a Portela ainda tem espaço para crescer”, o que será positivo para a economia. “Um aeroporto movimenta muito a construção, as novas tecnologias, as empresas de projetos e outros”, concluiu.
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