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Bosch mantém resultado positivo em Portugal e ultrapassa sete mil empregos

Transformação do portfólio da unidade em Braga, produção de bombas de calor em Aveiro e novas áreas de competência em Lisboa fazem parte da estratégia de crescimento para o exercício em curso.
22 Maio 2024, 16h18

A Bosch, fornecedora global de tecnologia e serviços, terminou o ano fiscal de 2023 com vendas no valor de 2,1 mil milhões de euros em Portugal, incluindo vendas e serviços a empresas do Grupo Bosch – um ligeiro crescimento de 1,7% relativamente ao ano anterior. No mercado local, a Bosch registou vendas consolidadas de 383 milhões de euros, 5,2% acima de 2022. “Para este ano, estamos alinhados com as perspetivas gerais da Bosch, e por isso as nossas previsões são moderadas, tendo em conta o atual cenário económico e também a transformação do negócio que a empresa está a realizar a nível global”, afirma Javier González Pareja, presidente do Grupo Bosch em Portugal e Espanha.

A Bosch mantém-se, segundo dados da empresa, como um dos maiores exportadores do país, com um nível de exportação superior a 97%, a partir de Aveiro, Braga e Ovar, e serviços prestados a partir de Lisboa. Estes números colocam a Bosch com um peso no total de exportações do país de cerca 1,7%, “traduzindo-se num impacto de cerca de 1% por centro do PIB de Portugal”. A 31 dezembro de 2023, a empresa contava com pouco mais de sete mil colaboradores em Portugal, “um aumento significativo em relação ao ano anterior (cerca de 8%)”

Relativamente às perspetivas para o corrente ano, “a Bosch espera uma ligeira evolução positiva em Portugal, tanto a nível de volume de negócios como de colaboradores, explica Carlos Ribas, responsável da Bosch em Portugal e diretor técnico da Bosch em Braga.

Ainda para Gonzáles Pereia, “a Bosch definiu a mobilidade sustentável como uma das suas áreas de crescimento, com especial foco para a condução eletrificada e automatizada. Esta estratégia implica uma nova organização no setor empresarial da mobilidade na Bosch a nível global, com a aposta em novas tecnologias e soluções e reforço de algumas tecnologias nas quais já vínhamos a trabalhar. Esta transformação terá o seu impacto no portfólio de produtos e, consequentemente, no negócio da unidade em Braga”. Naquela cidade do norte, a reorganização da mobilidade irá traduzir-se numa transformação do portfólio de produtos, “que passará gradualmente dos sistemas de infotainment para soluções como computadores de bordo, câmaras e sensores”.

Já a área de negócios de Energia e Tecnologia de Edifícios, aquela em que laboram Aveiro e Ovar, atravessam momentos diferentes no âmbito da estratégia global da Bosch. Em Aveiro, “para 2024, as expetativas são cautelosamente positivas, nomeadamente com o aval por parte da casa-mãe para avançar com a instalação da segunda linha de produção de bombas de calor”. A previsão é de continuar a investir não apenas na capacidade de produção, “mas também na expansão do portfólio de produtos, nomeadamente com bombas de calor que não são apenas silenciosas e eficientes, mas também económicas”, explica Carlos Ribas.

No caso de Ovar, a unidade foi recentemente realinhar na divisão Building Technologies. “A Bosch Portugal está empenhada em reforçar as suas atividades noutras áreas estratégicas, como soluções de mobilidade e bombas de calor, e em atingir os seus objetivos de negócio, apesar da venda planeada e do impacto esperado no nosso volume de negócios local”, afirmou Carlos Ribas.

Na unidade de Lisboa, a Bosch mantém a aposta na ampliação do seu portfólio de serviços, na diversificação das suas áreas de negócios, com novas áreas de competência em funções de administração. O grupo entende Lisboa como um hub para prestação de serviços a nível global.

Globalmente, o Grupo Bosch aumentou as suas vendas e lucros em 2023 e está a implementar uma estratégia de crescimento. Segundo Stefan Hartung, presidente do conselho de administração da Robert Bosch GmbH, citado em comunicado, “no ano fiscal de 2023, atingimos os nossos objetivos financeiros e reforçámos a nossa posição de mercado numa série de áreas de negócio, desde semicondutores a sistemas de construção integrados”. A empresa aumentou as suas vendas em 3,8% em comparação com o ano anterior, para 91,6 mil milhões de euros, apesar das condições económicas e de mercado desfavoráveis. Com 5,3%, a margem EBIT das operações foi um ponto percentual superior à do ano anterior. Foi, portanto, superior ao esperado, mas ainda inferior à meta de margem de pelo menos 7% exigida a longo prazo. A Bosch pretende alcançar este objetivo até 2026. No primeiro trimestre de 2024, as vendas caíram mais de 0,8% em termos anuais; após o ajuste dos efeitos da taxa de câmbio, isto equivale a um aumento de 2,7%”.

“Estamos à procura de inovações, parcerias e aquisições para garantir que cresçamos à medida que as nossas indústrias se transformam – apesar dos ventos económicos contrários”, afirmou Hartung.

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