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Da “alegria” à “suspeita” passando pela “prudência”: as reações à luz verde de António Costa para o Conselho Europeu

As reações em Portugal e em Estrasburgo não se fizeram esperar e tiveram um pouco de tudo: a “alegria” de Marcelo, a indignação do Chega e a vice-presidente do PPE, a eurodeputada portuguesa Lídia Pereira, a pedir “prudência”.
25 Junho 2024, 19h20

Os seis chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) que, no Conselho Europeu, estão a negociar os cargos de topo, incluindo a nomeação de António Costa, chegaram esta terça-feira a um acordo preliminar, avançaram fontes europeias à Lusa.

Depois de uma primeira tentativa falhada para acordo no jantar informal de líderes da UE a 17 de junho passado, estes negociadores (de centro-direita, socialistas e liberais) têm estado em conversações sobre os cargos de topo europeus no próximo ciclo institucional, discutindo-se o nome de António Costa para a liderança do Conselho Europeu, o de Ursula von der Leyen para segundo mandato na Comissão Europeia e o da primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para chefe da diplomacia comunitária.

As reações em Portugal e em Estrasburgo não se fizeram esperar e tiveram um pouco de tudo: a “alegria” de Marcelo, a indignação do Chega e a vice-presidente do PPE, a eurodeputada portuguesa Lídia Pereira, a pedir “prudência”.

“Uma alegria”, diz Marcelo

O Presidente da República sustenta que a nomeação de António Costa para a liderança do Conselho Europeu são boas notícias e “uma alegria”, mas optou por não tecer grandes comentários porque o nome só será votado na quinta-feira.

“Tanto quanto sei a equipa negociadora chegou a acordo e vai apresentar a proposta depois de amanhã”, atirou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas após se saber que o nome de Costa tinha luz verde para liderar o Conselho Europeu.

Ainda assim, o Chefe de Estado considerou que a nomeação do ex-primeiro-ministro são boas notícias. “É muito bom para a Europa e muito bom para Portugal, se se confirmar”, ressalvou. Mesmo sem estar garantida, a escolha é “uma alegria”.

“Nem que Cristo venha à Terra”, sublinha Ventura

O presidente do Chega, André Ventura, recusou esta terça-feira entrar na onda de apoio a António Costa que levará o ex-primeiro-ministro a ser nomeado presidente do Conselho Europeu.

Os seis chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) que, no Conselho Europeu, estão a negociar os cargos de topo, incluindo a nomeação de António Costa, chegaram hoje a acordo preliminar, avançaram fontes europeias à Lusa.

Para enfatizar essa oposição, o líder do Chega sublinhou que o nome do ex-chefe do Governo ainda está envolvido nas investigações em torno do processo Influencer: “António Costa é um primeiro-ministro sob suspeita da Justiça portuguesa, o seu Governo também está sob suspeita. Ou acabamos com essa cultura de corrupção em Portugal ou essa cultura vai inundar-nos a todos”

“Nem que Cristo venha à Terra, como disse Marcelo Rebelo de Sousa em tempos, eu apoiarei António Costa para o Conselho Europeu. Ele pode reunir todo o consenso para o Conselho Europeu, para mim o fundamental é que a Justiça portuguesa possa trabalhar”, destacou o líder político.

“Isto é um pré-acordo”, avisa Lídia Pereira

A vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE) Lídia Pereira rejeitou hoje posturas “triunfalistas” e recomendou “alguma prudência” sobre a ida de António Costa para o Conselho Europeu, recordando que ainda tem de ser aprovada em cimeira de líderes.

“Isto é um pré-acordo, portanto, eu recomendava alguma prudência nesta fase. São boas notícias, é verdade, mas ainda não está confirmada”, disse a eurodeputada social-democrata, no Parlamento Europeu (PE), em Bruxelas.

Lídia Pereira disse que os seis negociadores dos três partidos do “centro democrático” – PPE, Socialistas e Democratas (S&D) e os liberais do Renovar a Europa – ainda têm de apresentar a proposta acordada ao Conselho Europeu, que é constituído pelos chefes de Estado e de Governo dos 27 Estados-membros.

“Não vale a pena estarmos a ser demasiado triunfalistas”, comentou, recordando que em 2019 também foi apresentada uma proposta de um pré-acordo para os principais cargos nas instituições europeias, mas que “acabou gorada”.

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