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Pedro Siza Vieira diz que “há margem para reduzir o IRC”, mas não é a melhor opção

O antigo ministro da Economia explica, no programa Conversa Capital, que a opção do Governo de descer o IRC ao longo do tempo vai beneficiar os grandes contribuintes e que em alternativa essa margem que existe para baixar o IRC devia ser usada para não tributar os lucros das empresas que fossem aplicados em tecnologias emergentes ou na concessão de créditos fiscais.
14 Julho 2024, 10h33

O antigo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira considera que há margem para reduzir o IRC, mas diz que essa não é a melhor opção para a política económica do país.

Na entrevista do programa Conversa Capital da Antena1 e Jornal de Negócios, este domingo, Pedro Siza Vieira explica que essa margem que existe para baixar o IRC devia ser usada para não tributar os lucros das empresas que fossem aplicados em tecnologias emergentes ou na concessão de créditos fiscais.

“A minha opção seria usar toda essa margem, esses 500 milhões este ano, depois, outros 500 milhões ou até provavelmente mais porque a economia vai continua  acrescer, não propriamente em faze um corte que vai sobretudo beneficiar os grandes contribuintes em matéria de IRC”, afirmou, adiantando: “Concentraria isso, por exemplo, em duas opções: uma que era a minha preferida no passado, não tributar os lucros que fossem retidos pelas empresas, ou então fazer outra coisa, que neste momento me parece muito crítica e que outros países ocidentais estão também a fazer, apoiar os investimentos das empresas nestes novas tecnologias e nesta adaptação a este novo paradigma”.

Pedro Siza Vieira diz perceber a utilidade do “pacotão” Acelerar a Economia, recentemente aprovado em Conselho de Ministros, mas considera que não assegura a transformação estrutural necessária. Vê nesse pacote uma continuidade das medidas do anterior Governo e defende a concretização rápida dos planos ligados ao Ambiente, como o simplex ambiental como forma de captar e reter investimento. Diz mesmo que a ministra do Ambiente “é das principais decisoras com impacto na economia portuguesa”.

Na entrevista à Antena1 e Jornal de Negócios, o antigo ministro da Economia considera em relação à AICEP e à polémica em torno da auditoria que no âmbito da “operação maestro” conclui que houve insuficiências de gestão que vão levar à devolução de 30 milhões de euros de fundos europeus já pagos, Siza Vieira adianta que “acha estranho que 30 milhões de euros tenham sido irregularmente executados” e considera que a situação tem de ser “melhor apurada”.

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