Os sectores da energia e da tecnologia contribuíram expressivamente para a atividade das fusões e aquisições (M&A) no primeiro semestre deste ano, cujo valor global das operações cresceu 24% em termos homólogos.
Os números constam do mais recente ‘M&A Midyear Report 2024: Dealmakers Mine Multiple Sources of Value‘, divulgado esta terça-feira pela Bain & Company, que dá destaque a grandes negócios da energia fechados nos primeiros meses do ano.
“No sector de energia, as grandes operações representaram cerca de 25% do valor total das transações nos primeiros cinco meses de 2024. O impulso alcançado no final de 2023 manteve-se em 2024 graças aos grandes negócios, como a oferta da Diamondback Energy pela Endeavor e a aquisição da Marathon Oil pela ConocoPhillips, avaliadas, respetivamente, em 26.000 e 23.000 milhões de dólares”, explica a consultora num comunicado emitido à margem da divulgação do relatório.
Ainda na energia, 90% das operações do sector dizem respeito ao petróleo e ao gás, tornando evidente a dependência “destes recursos durante muito tempo” e, também, “a necessidade de as empresas energéticas reforçarem as suas posições nestes mercados”, refere o documento.
Quanto à tecnologia, cuja atividade recuperou parcial e lentamente nos últimos meses, segundo a Bain & Company, apesar de o número de transações ter ficado abaixo do registado em anos anteriores, o valor das mesmas “quase duplicou em termos anuais”.
Importa referir, nesta área, a forte aposta na inteligência artificial (IA) generativa. Em números, 11 aquisições de empresas deste sector e 110 investimentos iniciais num total de 7.500 milhões de dólares (6.900 milhões de euros).
A propósito dos dados divulgados pela consultora, Álvaro Pires, sócio da Bain & Company, explica que “as empresas estão a reestruturar as suas estratégias de M&A para se adaptarem a condições macroeconómicas em mudança”, acrescentando que “a flexibilidade e a capacidade de inovar no desenho dos acordos vão ser fundamentais para capitalizar as oportunidades do mercado atual”.
Ainda de acordo com o documento, o capital privado e o capital de risco “parecem ter atingido o fundo e começam a melhorar”. Contudo, analisa o relatório, “os gestores ainda não conseguiram acelerar o ritmo devido ao alto custo dos empréstimos, à lentidão das saídas e aos problemas para captar fundos”.
Europa, Américas, Médio Oriente África conseguem manter a rota crescente de atividade comercial, enquanto, por outro lado, a atividade registada na região Ásia-Pacífico continua a recuar, à imagem do que tem acontecido nos anos passados.
“Apesar das altas taxas de juros, da inflação persistente e dos riscos geopolíticos, as empresas evidenciam uma maior versatilidade nos tipos de transações que escolhem e na forma como estas são realizadas. Estas estratégias de M&A não só procuram rentabilidade, com se estão a expandir para novos segmentos de clientes ou mercados”, analisa, ainda, a consultora.
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