Nos últimos anos, a Nowo recebeu várias manifestações de interesse para a sua compra, mas foi o primeiro de agosto que trouxe um novo capítulo à operadora nacional. Por 150 milhões de euros, a Digi conseguiu o que nem a Vodafone, depois de ver a concorrência chumbar o negócio, nem a Media Capital, conseguiram.
O acordo foi assinado no dia 1 de agosto de 2024, em vésperas do início da atividade da operadora romena a Portugal. A data permanece uma incógnita, mas o mercado das telecomunicações português está ciente das mudanças que se avizinham. De acordo com cálculos da Autoridade da Concorrência (AdC), com a entrada da Digi a média dos preços das telecomunicações deverá cair 2,6%, nos tarifários dos pacotes de serviços e 7,4%, nos serviços móveis, noticiou o “Jornal de Negócios”.
“Esta aquisição marca um passo estratégico significativo para a Digi, permitindo uma mais rápida expansão no mercado português. A combinação de forças com a Nowo permitirá à DIGI oferecer uma gama completa de serviços de telecomunicações”, justifica a empresa num comunicado emitido no dia 1 de agosto.
Sobre a operação da Digi em Portugal, que será suportada por mais de 600 trabalhadores, é revelado em comunicado, a empresa aproveitou para anunciar o “grande investimento em infraestruturas”. No total, 500 milhões de euros serão investidos na entrada no mercado nacional.
“Estes investimentos e ações visam demonstrar o empenho da empresa em desenvolver a atividade em Portugal a longo prazo, segundo princípios semelhantes aos dos outros países onde o Grupo Digi opera com sucesso”, é explicado no mesmo comunicado.
Contudo, o acordo com a Lorca está sujeito a “ajustes habituais e a determinados eventos contingentes”, bem como da “luz verde” da AdC.
Emil Grecu, CEO da DIGI Portugal, classifica a compra como “um marco emocionante na jornada de crescimento e inovação” da operadora em território português.
“Estamos entusiasmados com as oportunidades que esta aquisição traz e confiantes de que vamos proporcionar aos consumidores portugueses uma ampla gama de serviços de telecomunicações, com tecnologia de alta qualidade a um preço justo”, continua o mesmo responsável, que está no grupo de Bucareste há mais de duas décadas.
Em comunicado, a Digi sublinha o número de clientes da operadora em Portugal – 270 mil clientes de telefone móvel e cerca de 130 mil clientes de telecomunicações fixas -, apontando para as “importantes licenças de espectro nas bandas de frequência de 1800 MHz, 2600 MHz e 3600 MHz”.
“Não” definitivo à Vodafone
Dois anos depois de a Vodafone ter tornado público que assinou um acordo para a compra da Nowo à Llorca, dona da MásMóvil.
Em julho, a Autoridade da Concorrência (AdC) anunciou o ‘chumbo’ da compra da Nowo pela Vodafone Portugal por considerar que esta concentração apresenta “entraves significativos à concorrência” e prejudica os consumidores.
No início do mês passado, a Vodafone Portugal foi notificada pelo regulador sobre o “chumbo” do negócio, que justificou decisão com a deteção de “entraves significativos à concorrência” e prejudica os consumidores.
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