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CP surpreendida com intenção do Governo em travar planos para alta velocidade

Ministro das Infraestruturas sustentou que Governo não compactua com monopólios e que estes não se inserem na sua visão da economia. Com a compra de material circulante encurtada, novos operadores podem entrar na corrida à alta velocidade.
CP passe ferroviário
Cristina Bernardo
8 Agosto 2024, 10h10

A administração da CP – Comboios de Portugal estava preparada para investir em comboios para suportar a meta para a alta velocidade. No entanto, o Governo colocou um travão à aquisição e a administração da entidade mostrou-se surpreendida, conta o “Público”.

A CP contava com a compra de 14 comboios para a linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto, e mostrou-se apanhada de surpresa com as últimas declarações do Executivo, que indicavam que a encomenda será encurtada.

Lembrar que o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, admitiu, ainda em julho, que o Governo não iria investir em “tantos comboios quantos a CP queria” por “não ser saudável”. Contas feitas pela tutela, a compra das automotoras pretendidas significaria que a operadora nacional ficaria “com 80% do mercado”.

Ora, o próprio governante referiu, a 24 de julho, que o Governo é “contrário à existência de monopólios”. “Queremos privados nessa concorrência, tanto portugueses como estrangeiros”, atirou Miguel Pinto Luz no Parlamento. A tutela indicou que é “saudável para o mercado não investir tanto em comboios”.

É que a encomenda da operadora ferroviária ascendida a 520 milhões de euros, na altura para a compra de 16 novos comboios e a CP queria que o Governo lançasse o concurso de aquisição do material circulante ainda este ano.

No entanto, adianta a mesma publicação que o investimento para a aquisição já era de 715 milhões, com os primeiros comboios a ascenderem a 455 milhões de euros.

Lembrar que outras operadoras mostraram, prontamente, interesse nas linhas de alta velocidade. A B-Rail, do grupo Barraqueiro, e a espanhola Renfe deverão manter intenção de entrar no mercado português.

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