A Iniciativa Liberal, alertou esta terça-feira para a possibilidade de as negociações entre o Governo e o Partido Socialista sobre o Orçamento do Estado para 2025 conduzirem a que o orçamento fique demasiado idêntico aos dos anteriores governos, liderados pelo PS.
“Não poderemos votar a favor de um orçamento que fica igual aos orçamentos de António Costa”, referiu Bernardo Blanco, deputado daquele partido. O próprio sublinhou a importância que atribui a reduções de “impostos, despesa e burocracia” que, refere, não são suficientes, mediante os planos do executivo.
Em causa estão declarações prestadas aos jornalistas no âmbito das reuniões dos vários partidos com o Governo, que tiveram início nesta terça-feira e nas quais as atenções estiveram viradas para a discussão do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
“Se o Governo ceder nestas descidas de impostos”, de forma a que o PS viabilize o orçamento, “não poderemos acompanhar” o orçamento, reitera. Isto porque “não achamos que se possa vender os princípios e valores que foram prometidos aos portugueses”, refere, lembrando questões como a redução do IRC e o lançamento do IRS jovem, medidas já avançadas pelo primeiro-ministro.
“O país votou por uma mudança”, assinala Blanco, deixando claro que a IL não vai apoiar “um orçamento completamente desvirtuado e que tenha medidas do PS”, após as negociações. Nesse sentido, Blanco diz que um fator de preocupação é a “despesa demasiado elevada para as reformas que o país precisa para começar a crescer.”
Ainda de acordo com o próprio, o Governo garantiu aos liberais que “a carga fiscal não irá subir” e, nesse sentido, lembra a “pequena melhoria em relação à prática socialista de recordes”, quando António Costa era primeiro-ministro. Ainda assim, lamenta que não haja uma “descida substancial” da carga fiscal.
O deputado fez saber que a IL deu a a conhecer naquela reunião um “conjunto de medidas” para o OE. Uma delas visa reduzir a despesa pública através de “incentivos às poupanças dos funcionários públicos, em que cada departamento do Estado pode concorrer e os funcionários públicos podem ficar com uma parte das poupanças geradas”. Uma medida que, de acordo com o deputado liberal, o Governo se mostrou “bastante aberto para aprovar”.
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