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45 anos de SNS: “Precisamos de rever as carreiras, os salários e condições de trabalho”

“A senhora ministra quer fazer uma reforma, nós há uns anos já tivemos o início da reforma da saúde pública que nunca foi concluída, tivemos a reforma dos cuidados de saúde primários, tivemos a reforma dos cuidados hospitalares. Quer dizer, andamos de reforma em reforma a tentar mudar as coisas no SNS sem nunca termos um objetivo concreto”, afirmou Gustavo Tato Borges.
Manuel de Almeida/Lusa
16 Setembro 2024, 20h45

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) faz 45 anos e a ministra da Saúde já prometeu uma reforma. Ao Jornal Económico (JE) Gustavo Tato Borges, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANSMP), referiu que existem multiplos problemas pela frente e sublinhou que é preciso “rever carreiras, rever salários e condições de trabalho”.

“O primeiro grande desafio do Serviço Nacional de Saúde é cativar os seus profissionais a ficar. Por isso o que o SNS precisa neste momento é de se tornar atrativo para os seus profissionais de maneira a que consigamos ter os recursos humanos necessários para dar resposta às necessidades da população”, disse ao JE Gustavo Tato Borges

Para o médico de saúde pública “precisamos de rever as carreiras, rever os salários, condições de trabalho para que os médicos, os enfermeiros e os profissionais de saúde queiram vir e ficar no Serviço Nacional de Saúde”.

Outro desafio, “é o de que haja consenso à volta da importância do SNS e da reforma, do modelo que nós temos para o SNS, o futuro do SNS”, sublinhou.

“A senhora ministra quer fazer uma reforma, nós há uns anos já tivemos o início da reforma da saúde pública que nunca foi concluída, tivemos a reforma dos cuidados de saúde primários, tivemos a reforma dos cuidados hospitalares. Quer dizer, andamos de reforma em reforma a tentar mudar as coisas no SNS sem nunca termos um objetivo concreto”, afirmou o dirigente da ANSMP.

A “modernização do Serviço Nacional de Saúde”, é também um desafio. É preciso uma modernização “que permita que as pessoas o utilizem de uma forma mais simples, mais eficaz para que não andemos com listas de espera infindáveis”, frisou.

Falta ainda ao SNS “uma clara aposta e medidas de promoção na saúde”. “Temos tido um SNS que é constantemente curativo, prestador de cuidados de saúde e precisamos de ter um SNS que invista na capacitação das pessoas”.

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