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Pedro Nuno Santos acusa Montenegro de “sobranceria e arrogância” nas negociações para o OE2025

“Essa atitude não é de alguém que queira um entendimento com o PS. Se um primeiro-ministro quer um entendimento com o PS, tem que respeitar o PS”, afirmou o líder dos socialistas, ressaltando a importância do respeito mútuo nas negociações políticas.
epa11244970 Prime Minister-designate Luis Montenegro (L) talks to Socialist Party secretary-general Pedro Nuno Santos (R), at the end of the election for the President of the Assembly of the Republic, who will succeed Augusto Santos Silva, in Lisbon, Portugal, 26 March 2024. EPA/TIAGO PETINGA
3 Outubro 2024, 18h15

O secretário-geral do Partido Socialista (PS) criticou duramente o primeiro-ministro após o debate parlamentar quinzenal, acusando-o de demonstrar uma atitude arrogante e soberba, o que, segundo Pedro Nuno Santos, é inadequado para alguém que procura um acordo em torno do Orçamento do Estado e deseja evitar uma crise política com a convocação de eleições.

Nuno Santos fez essas declarações aos jornalistas momentos antes de se reunir em São Bento para discutir a viabilização da proposta de Orçamento do Estado para 2025. O líder socialista afirmou que, durante o debate, o primeiro-ministro não demonstrou um “sentido de Estado” e comportou-se de maneira que considera inaceitável, caracterizada por uma “sobranceria e arrogância”.

“Essa atitude não é de alguém que queira um entendimento com o PS. Se um primeiro-ministro quer um entendimento com o PS, tem que respeitar o PS”, afirmou o líder dos socialistas, ressaltando a importância do respeito mútuo nas negociações políticas. Declarações que refletem a tensão nas relações entre os partidos e a necessidade de um diálogo construtivo para a aprovação do Orçamento.

Recorde-se que o líder do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, já tinha assinalado hoje, no Parlamento, que a proposta sobre o Orçamento do Estado apresentada ao Governo é “irrecusável e razoável”. Durante o debate quinzenal no parlamento, o secretário-geral do principal partido da oposição assumiu-se como um “centrista” nas negociações, realçando a importância de evitar eleições antecipadas.

Pedro Nuno Santos destacou que, tanto o PS quanto o Governo, compartilham o objetivo de viabilizar o Orçamento do Estado e evitar uma nova convocação de eleições. Mencionou ainda que a proposta apresentada pelo PS ao Governo foi cuidadosamente elaborada para ser irrecusável.

Durante a sua intervenção, o líder do PS criticou também a insistência em medidas que não são aceites, referindo-se especificamente à proposta do IRS Jovem, a qual considera radical. “O centrista aqui sou eu, senhor primeiro-ministro”, afirmou, reforçando sua posição e sua abordagem nas negociações. Uma declaração que na ótica dos socialistas, sublinha a intenção do PS de se apresentar como um partido disposto ao diálogo e à construção de consensos em vez de adotar posturas radicais.

O secretário-geral do PS abordou a questão do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC). Afirmou que o Partido Socialista é contra a redução do IRC, mas apoia o alívio fiscal para as empresas, desde que seja feito de maneira estratégica.

Pedro Nuno Santos destacou que a abordagem do PS é alinhada com a maioria dos países da OCDE, enfatizando a importância de aprofundar mecanismos já previstos na legislação. Defendeu que as empresas que utilizam os seus lucros para melhorar os salários dos trabalhadores, investir na capitalização e promover a investigação e desenvolvimento devem receber um tratamento diferenciado em relação àquelas que não direcionam os seus lucros de forma produtiva.

“Esta não é uma proposta radical; a nossa proposta é moderada no que diz respeito ao IRC”, enfatizou Pedro Nuno Santos, sublinhando a intenção do PS de promover políticas que incentivem práticas empresariais responsáveis e benéficas para a economia e a sociedade.

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