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Lagarde afasta recessão e mantém ‘aterragem suave’ como cenário mais provável

“Com base na informação de que dispomos, não vemos uma recessão. A zona euro não está a caminho de uma recessão, pelo que continuamos a esperar uma ‘aterragem suave’”, projetou Lagarde na conferência de imprensa após nova descida de 25 pontos nos juros, a terceira este ano.
17 Outubro 2024, 15h22

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) admitiu que a luta contra a inflação ainda não está ganha, mas prossegue de forma favorável, identificando uma maior probabilidade de esta cair mais rapidamente do que a autoridade monetária projeta do que de voltar a subir inesperadamente, apesar dos riscos. Do lado do crescimento, uma recessão não está nos cenários previstos.

Falando após nova decisão “unânime” de baixa os juros em 25 pontos base (p.b.), Christine Lagarde garantiu que este é mais um passo na luta contra a inflação, um processo que continua a decorrer. Recuperando uma frase de conferências de imprensa passadas, a presidente do BCE reconheceu que “ainda não partimos o pescoço da inflação”, mas continuam em linha para tal. Ao mesmo tempo, e apesar de algumas fragilidades evidentes na economia europeia, a recessão não está no horizonte do banco.

“Com base na informação de que dispomos, não vemos uma recessão. A zona euro não está a caminho de uma recessão, pelo que continuamos a esperar uma ‘aterragem suave’”, afirmou, reforçando assim a expectativa de uma normalização do lado dos preços sem forçar uma recessão no bloco da moeda única.

Pelo contrário, na inflação o maior risco é de esta sair abaixo do previsto pelo banco central, argumentou Lagarde. Tal é reforçado pelos vários indicadores que foram conhecidos nas últimas cinco semanas, ou seja, desde a anterior reunião monetária, quando a presidente do BCE havia projetado que os dados divulgados até outubro seriam escassos e improváveis de mudar algo na política do banco.

A verdade é que a inflação desceu, “tanto a nominal, como a subjacente”, e os inquéritos privados de mercado, como os índices de gestores de compras (PMI), também – e, mais do que os dados em si, “estes são elementos fortes dado o sincronismo” com que se manifestaram.

Nos próximos meses a expectativa é que o indicador dos preços volte a subir, “dados efeitos base” já previstos pelo BCE, mas os mercados “não devem tirar conclusões precipitadas”, dado que a dependência dos dados se mantém como a palavra de ordem.

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