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Michel confia que Costa no Conselho Europeu seja “guardião da unidade europeia”

António Costa, que fez parte do Conselho Europeu em representação de Portugal durante oito anos (período em que foi primeiro-ministro), conhece já alguns dos líderes da União Europeia (UE), mas pretende, no seu mandato de dois anos e meio à frente da instituição, encontrar pontos de convergência para compromissos entre os 27.
FILE PHOTO: Portuguese Prime Minister Antonio Costa arrives at Downing Street ahead of his meeting with British Prime Minister Boris Johnson, in London, Britain, June 13, 2022. Aaron Chown/Pool via REUTERS/File Photo
8 Novembro 2024, 16h30

O presidente cessante do Conselho Europeu disse hoje confiar que o antigo primeiro-ministro português António Costa, que lhe vai suceder em dezembro, seja “guardião da unidade” entre os Estados-membros, quando a União Europeia enfrenta desafios económicos e geopolíticos.

“Confio que António Costa – com a sua experiência, conhece muito bem todos os colegas, todos os 27 países – desempenhará um papel muito importante para garantir que o Conselho Europeu continue a ser o guardião da unidade europeia”, disse Charles Michel.

Falando em conferência de imprensa em Budapeste, no final de uma reunião informal do Conselho Europeu na qual se debateu a autonomia estratégica para a UE ser mais competitiva, o responsável belga apontou que “a unidade nunca é um dado adquirido”.

“Exige muito esforço, muita confiança, compreensão mútua e respeito mútuo, mas penso que o Conselho Europeu, que vê os mesmos desafios e compreende o que está em jogo, tem noção de que o mundo está diferente”, assinalou.

Charles Michel aludia à “pressão cada vez maior sobre o multilateralismo ou a ordem baseada em regras”, às “guerras e conflitos em todo o mundo, incluindo na vizinhança direta” e, ainda, ao “desafio da competitividade”.

António Costa, que fez parte do Conselho Europeu em representação de Portugal durante oito anos (período em que foi primeiro-ministro), conhece já alguns dos líderes da União Europeia (UE), mas pretende, no seu mandato de dois anos e meio à frente da instituição, encontrar pontos de convergência para compromissos entre os 27.

Por essa razão, antes de iniciar funções, realizou no verão e início do outono um roteiro pelas capitais europeias para se encontrar presencialmente com os chefes de Governo e de Estado da UE para conhecer melhor as suas perspetivas e prioridades para o próximo ciclo institucional no espaço comunitário.

A ‘tour’ europeia de António Costa começou em julho em Roma com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que foi a única entre os 27 líderes europeus a votar contra a sua nomeação, razão pela qual o responsável português decidiu começar a visita aí.

Seguiram-se países como a Hungria, que detém neste semestre a presidência rotativa do Conselho da UE, e a Polónia, que lhe vai suceder no primeiro semestre de 2025, e os restantes, terminando nos nórdicos.

Para a próxima terça-feira, está previsto um encontro com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Em junho passado, Costa foi eleito pelos chefes de Estado e de Governo da UE como presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio a partir de 01 dezembro de 2024, sendo o primeiro português e o primeiro socialista à frente da instituição.

Sucede no cargo ao belga Charles Michel, em funções desde 2019.

Antigo primeiro-ministro belga, o político liberal Charles Michel, de 48 anos, preside ao Conselho Europeu até 30 de novembro de 2024, num período marcado por crises como a saída do Reino Unido da União Europeia, a pandemia de covid-19, a invasão russa da Ucrânia e, mais recentemente, o reacender das tensões no Médio Oriente.

Esta foi a última cimeira europeia presidida por Charles Michel.

Reunidos na capital húngara pela presidência rotativa do Conselho da UE assumida pela Hungria, os chefes de Governo e de Estado da União – incluindo o primeiro-ministro, Luís Montenegro – aprovaram hoje a Declaração de Budapeste, na qual se defenderam “investimentos significativos, mobilizando financiamentos públicos e privados”, nomeadamente no setor de Defesa.

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