O mercado do crédito habitação continua em alta e, apesar de os preços das habitações estarem cada vez mais elevados em Portugal, os portugueses pedem cada vez mais crédito para comprar casa.
O aumento das taxas de juro a que se assistiu nos últimos anos acabou por criar uma tendência nova no mercado e, ao contrário do que acontecia no passado, atualmente os portugueses optam quase sempre por uma taxa mista quando recorrem a crédito para comprar casa. De acordo com o relatório do ComparaJá, em outubro a percentagem de pessoas que não contrataram taxa mista é inferior a 7% – a taxa variável representou 6,1% dos créditos contratados e a taxa fixa apenas 0,6%. Para Filipe Gomes, Managing Director da plataforma que compara gratuitamente propostas de crédito, “esta é uma decisão sensata, uma vez que pode possibilitar poupança numa fase inicial e ainda beneficiar das potenciais descidas futuras da Euribor”.
Por sua vez, esta é uma tendência que se regista tanto na contratação de novo crédito como no produto mais contratado junto das instituições bancárias – a transferência de crédito. Apesar de os números serem manifestamente mais baixos do que aquilo que já foram, os portugueses ainda estão muito interessados em transferir os respetivos créditos para outros bancos de forma a obterem melhores condições e a pagar menos. Segundo o ComparaJá, em outubro, a transferência de crédito à habitação representou 54,3% da procura total, um aumento de 10,6 p.p comparativamente a setembro e estes são, na ótica de Filipe Gomes, números que “comprovam a ideia de que a sensibilidade dos portugueses para comparar e analisar de forma mais exata o mercado do crédito foi algo que surgiu com o aumento das taxas de juro mas que veio para ficar”.
Relativamente aos seguros contratados, componente exigida por lei para contratar um crédito habitação, mais da metade dos seguros associados são contratados através do banco, o seguro mais contratado é o ITP (Invalidez Total e Permanente) com 68,6%.
Numa última nota, e tal como seria de esperar, mais de 85% das pessoas que contratam um crédito habitação possuem um contrato de trabalho a termo efetivo e apenas 4% são empresários em nome individual.
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