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Live Nation com luz verde para comprar Ritmos & Blues e dona da Altice Arena

Autoridade da Concorrência evidenciou alguns problemas de concorrência nos negócios, especificamente na compra da dona da MEO Arena e acessos (e potencial partilha) a dados. A Live Nation comprometeu-se com concorrência justa com os outros players e AdC não se opõs à compra.
21 Novembro 2024, 10h50

A Autoridade da Concorrência (AdC) adotou uma posição de não oposição à compra da promotora Ritmos & Blues e Arena Atlântico por parte da Live Nation Entertainment, ou seja, deu luz verde para que o processo se concretize.

A compra foi anunciada em abril do ano passado, com a maior promotora de espetáculos mundial a comprar uma posição de controlo na portuguesa fundada por Nuno Braamcamp e Álvaro Ramos. A aquisição permitiria ainda que a norte-americana Live Nation se tornasse a maior acionista da dona da Altice Arena, a Arena Atlântico.

“Esta decisão foi possível, após a Live Nation propor compromissos para resolver as preocupações jusconcorrenciais identificadas pela AdC na sua investigação”, explica a entidade liderada por Nuno Cunha Rodrigues.

A compra da participação nestas duas entidades englobava ainda uma participação minoritária na BlueTicket, empresa de compra de bilhetes para espetáculos. A AdC aponta que a Live Nation já se encontra presente em Portugal na “promoção do festival Rock in Rio Lisboa, através da sua subsidiária Better World Comunicação, Publicidade e Entretenimento e detém, ainda, uma participação no festival Rolling Loud”.

Entre as preocupações evidenciadas na sua investigação, a AdC explica que “a operação de concentração poderia resultar em entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa substancial deste, resultantes de restrições, totais ou parciais, no acesso à MEO Arena por concorrentes no mercado de promoção de eventos ao vivo e no mercado de serviços de bilhética”.

Adianta a entidade liderada por Nuno Cunha Rodrigues que a Live Nation “apresentou propostas de compromissos para obviar às preocupações jusconcorrenciais identificadas pela AdC, tendo sido realizado um teste de mercado, no qual participaram os 10 maiores clientes da MEO Arena”.

Foram estes mesmos clientes que manifestaram algumas preocupações em relação à compra, nomeadamente “acesso a informação comercial sensível de concorrentes, nomeadamente os resultados de bilheteira de terceiros promotores”, “aos incentivos da Live Nation a empreender estratégias de encerramento ao acesso à MEO Atlântico via política de reservas e compressão de margens de concorrentes, por via dos preços de acesso à Arena” e aos “incentivos para a Live Nation empreender estratégias de dificultar o acesso de artistas”.

Postas estas preocupações, a Live Nation comprometeu-se que as condições “garantem uma liberdade de escolha da empresa de bilhética por parte do promotor que recorra aos serviços da MEO Arena” e que vão adotar “uma política comercial de utilização aberta, transparente e não discriminatória – o que se traduz na redução imediata dos preços de acesso à Arena, no congelamento dos preços para os próximos cinco anos e, ainda, na garantia de que qualquer alteração de preços que venha a ocorrer no futuro só poderá ocorrer após validação do Mandatário de Monitorização”.

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