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Madeira: JPP considera que Orçamento é uma “deceção” e “remendo novo em roupa velha”

O JPP considerou que a proposta de Orçamento Regional, para 2025, “comporta um sinal profundo de que este Governo Regional está mesmo em fim de ciclo”.
26 Novembro 2024, 13h44

O vice-presidente da bancada parlamentar do Juntos Pelo Povo (JPP), Rafael Nunes, mostrou a sua “deceção” numa primeira análise à proposta de Orçamento Regional para 2025, e classificou o documento como um “remendo novo em roupa velha”.

O parlamentar disse que a “proposta comporta um sinal profundo de que este Governo Regional está mesmo em fim de ciclo”, disse o deputado do JPP.

O deputado do JPP referiu que a proposta de Orçamento não contempla a redução da carga fiscal e que a linha ferry, que o Governo Regional “nunca cumpriu”, é “empurrada” para Lisboa e mesmo assim “nada garante, a não ser a abertura de um concurso público internacional sem referir quando”.

Rafael Nunes referiu que na proposta de Orçamento “não haverá substituição” do barco em janeiro para o Porto Santo.

“Não há aumento do complemento solidário para idosos. Não há redução do custo de vida. Não apresenta um programa emergente para resolver o drama da falta de habitação. Não vai reduzir o preço da garrafa de gás, permitindo que os Donos Disto Tudo enriqueçam à custa do empobrecimento das famílias”, acrescentou a força partidária.

“É um Orçamento que se recusa a mexer nos interesses instalados, que continua a não apresentar soluções para os problemas reais da população, nomeadamente no que respeita ao custo de vida, à saúde e à habitação. Tem umas propostas para embelezar ou para seduzir os mais incautos, coisas inócuas, como aumentar a produção médica, tentar que o Conselho Económico e Social convença o sector privado a pagar o subsídio de insularidade, tal como é atribuído aos funcionários públicos e estudar se há sobrecusto com o transporte de mercadoria para o Porto Santo, isto é, uma mão cheia de nada”, afirmou Rafael Nunes.

O deputado do JPP considera que existe uma “ausência de referências à redução da dívida astronómica e de cortes nas gorduras da administração pública”.

A força partidária deixou também críticas aos partidos que aprovaram o Programa de Governo e os Orçamentos anteriores.

“O que temos presente da execução desses orçamentos, nomeadamente os de 2019, 2023 e 2024, e pelos vistos o de 2025 também não irá fugir à regra, é que, apesar da propaganda oficial de que esses Orçamentos continham propostas de diversos partidos para melhorar a vidas das pessoas, nomeadamente do CDS-PP, PAN e Chega, a pergunta que o JPP faz é a seguinte, alguma coisa mudou?”, disse Rafael Nunes.

O deputado do JPP deixou também outras perguntas: “As pessoas sentiram alguma mudança, alguma diferença com esses Orçamentos? A vida das pessoas, das famílias, dos jovens, da classe média e da classe trabalhadora melhorou? As pessoas têm mais dinheiro no bolso? O custo de vida baixou? As listas de espera para consultas, exames e cirurgias baixaram? Há mais cuidado com a reposição dos stocks de medicamentos, que está a tornar-se num problema crónico? Os jovens e a classe média conseguem comprar ou arrendar casa? Os nossos reformados estão melhor? Não, nada se alterou, tudo ou quase tudo, se tem agravado porque o PSD apesar de em minoria continua a proteger lobbies, monopólios e interesses dos amigos, agora com a ajuda do CDS-PP e Chega”, disse o deputado do JPP.

Rafael Nunes classificou o Orçamento de também ser um “remendo novo em roupa velha” e que o Orçamento tem “nota muito negativa”, salientando que se trata do primeiro Orçamento regional, em quase 50 anos de Autonomia, “apresentado por um secretário regional indiciado em suspeitas do crime de corrupção, o que, convenhamos, não é nada prestigiante para o povo da Madeira e Porto Santo e, talvez por essa razão, o Orçamento seja uma desilusão, o reflexo de uma governação caduca e sob suspeita”.

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