O cessar-fogo de 60 dias no Líbano, anunciado hoje por Israel, surge pouco mais de um ano após o início das hostilidades entre o grupo xiita Hezbollah e as forças israelitas, que provocaram milhares de mortes e de deslocados.
Estas são as datas mais marcantes do conflito, que começou em outubro de 2023 e que se agravou em setembro passado:
07 out – O grupo islamita palestiniano Hamas lança uma operação contra Israel a partir da Faixa de Gaza, matando cerca de 1.200 pessoas e raptando outras 251. Benjamin Netanyahu lança a operação “Espadas de Ferro” em retaliação.
08 out – O Hezbollah inicia os seus disparos de projéteis contra o território israelita em apoio do Hamas. Israel responde com artilharia em zonas do sul do Líbano e pelo menos duas crianças ficam feridas.
09 out – Helicópteros israelitas matam vários membros da Jihad Islâmica que se infiltraram do Líbano no norte de Israel. A combinação de ataques e bombardeamentos provoca as primeiras mortes entre as fileiras do Hezbollah.
11 out – Israel ordena pela primeira vez aos seus cidadãos das regiões do norte do país que procurem refúgio face a uma vaga de ataques com drones.
13 out – O Hezbollah diz estar preparado para entrar na guerra, enquanto Israel mata outro grupo de milicianos que tentaram infiltrar-se no seu território. Primeiros ferimentos entre soldados israelitas nesta frente.
16 out – Começam as retiradas de civis do norte de Israel. No final, cerca de 60 mil pessoas abandonaram as suas casas perto da fronteira com o Líbano.
22 nov – O Hezbollah adere a uma trégua humanitária de quatro dias – que será posteriormente prolongada até 30 de novembro – acordada entre Israel e o Hamas. É o primeiro e único cessar-fogo entre as partes em todo o conflito até ao anúncio de hoje.
14 abr – Israel bombardeia o Vale do Bekaa, território controlado pelo Hezbollah no leste do Líbano, entre uma tensão crescente após um ataque iraniano com mais de 300 drones e mísseis contra o território israelita.
27 jul – O disparo de um míssil atribuído ao Hezbollah atinge a cidade drusa de Majdal Shams, nos Montes Golã ocupados, matando 12 crianças. Israel responde no dia seguinte com pesados bombardeamentos no interior e sul do Líbano.
30 jul – O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, é morto num ataque em Teerão atribuído a Israel.
17 set – Numa ação sem precedentes, Israel faz explodir simultaneamente milhares de aparelhos de comunicação e ‘pagers’ pertencentes a membros do Hezbollah em várias partes do Líbano, causando 37 mortos e 3.000 feridos.
Este ataque marca o início da escalada da crise de guerra na fronteira israelo-libanesa.
19 set – Os bombardeamentos israelitas aumentam de intensidade e frequência, enquanto o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, clama vingança.
20 set – Israel mata dois comandantes superiores do grupo xiita, o chefe das forças de elite de Radwan, Ibrahim Aqil, e o líder da força especial de Radwan, Ahmed Wahbi, e pelo menos 45 outras pessoas.
23 set – Israel lança uma campanha de bombardeamentos contra várias partes do Líbano e pelo menos 558 pessoas morreram, incluindo 50 menores, e mais de 1.800 ficaram feridas.
As bombas provocam a deslocação interna de dezenas de milhares de libaneses. Em poucos dias, até 1,2 milhões de pessoas procuram refúgio em zonas afastadas da fronteira e enchem as ruas do centro de Beirute.
27 set – Israel mata Hassan Nasrallah num ataque com bombas destruidoras de ‘bunkers’ na sede do Hezbollah, no subúrbio de Dahieh, em Beirute.
Vários outros líderes do movimento armado e o vice-comandante de operações da força militar da Guarda Revolucionária iraniana, o brigadeiro-general Abbas Nilforushan, morreram no local.
01 out – As forças israelitas iniciam uma invasão terrestre no sul do Líbano e atacam com especial intensidade em áreas de maioria xiita, como o sul do país, o Vale do Bekaa e os subúrbios sul do Líbano.
29 out – Naim Qasem, número dois do Hezbollah, substitui Nasrallah à frente da milícia xiita. Nas semanas anteriores, os bombardeamentos israelitas eliminaram grande parte da liderança do grupo, incluindo Hashim Safi al-Din, considerado o principal candidato à sucessão de Nasrallah.
30 out – Israel assassina o vice-comandante da força de elite Radwan, Mustafa Ahmed Shahadi.
13 nov – O Conselho de Segurança da ONU condena os repetidos ataques contra a missão de paz da ONU instalada no Líbano desde 1978 (FINUL), apelando a “todas as partes” para respeitarem a segurança dos capacetes azuis.
20 nov – O mediador norte-americano para o conflito no Líbano, Amos Hochstein, anuncia que vai viajar para Israel para “tentar acabar” com a guerra no Líbano.
21 nov – O Exército israelita lança quatro vagas de violentos bombardeamentos nos subúrbios sul de Beirute, que tinham recebido menos ataques nas semanas anteriores.
22 nov – Quando se comemora o Dia da Independência do Líbano, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados indica que os bombardeamentos e ataques terrestres das forças israelitas no país causaram mais de 3.500 mortos, 15.000 feridos e cerca de 1,3 milhões de pessoas afetadas e deslocadas pelo conflito
25 nov – O Exército israelita confirma ter bombardeado 25 alvos do Conselho Consultivo do Hezbollah.
Esta série de ataques segue-se a um fim de semana especialmente sangrento, com o registo de dezenas de mortos no Líbano, incluindo cerca de 30 num só ataque no centro de Beirute, e um soldado das forças armadas libanesas, que não são parte do conflito, a que grupo xiita respondeu com perto de 30 ‘rockets’ lançados contra o norte de Israel e arredores de Telavive.
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