A economia portuguesa destacou-se na era pós-pandémica, tendo invertido a curva que se verificou nos 10 anos anteriores a 2019. A par com Espanha e Grécia, o analista da Goldman Sachs, Filippo Taddei, evidencia que Portugal superou o desempenho da zona euro no pós-Covid, isto depois de “registar um crescimento económico mais lento que o resto da região na década anterior”.
“Esperamos que o crescimento sólido do consumo e a resiliência do investimento vão continuar a ser a base do crescimento do rendimento e mercado de trabalho firme”, adianta a análise da Goldman Sachs.
Segundo contas dos analistas, estas três economias sul europeias superaram o crescimento médio da zona euro em dois pontos percentuais. “O consumo privado das três economias ultrapassou a margem da zona euro entre 2% e 7%”, lê-se.
O facto do emprego em Portugal e Espanha estar em níveis recorde também ajuda a uma avaliação mais positiva para os próximos anos.
A análise traça ainda um futuro em que as tarifas impostas pela administração Trump em vigor: “As tarifas dos EUA sobre a Europa – focadas em produtos relacionados com a exportação automóvel – deverão ter um impacto no PIB real da área do euro de 0,5%, e o dobro num cenário negativo perante tarifas de 10%”, aponta Filippo Taddei.
A Goldman Sachs aponta que as três economias têm uma exposição relativamente baixa às tarifas dos EUA e à competição industrial chinesa, o que lhes permitiu uma atividade industrial mais resiliente. No entanto, devido à sua indústria na região Norte, Portugal é exceção, apresentando uma ligeira exposição.
Uma das vantagens para o crescimento para estas três economias é o facto de contarem com o apoio do Fundo de Recuperação Europeia até 2026. “Este apoio europeu permitirá aos três países expandir as despesas de capital, enquanto os saldos orçamentais se mantêm superiores ao da média da zona euro”, indica Filippo Taddei.
Para o caso específico português, “o saldo fiscal projetado pelo Governo é que se mantenha positivo, mesmo contabilizando o pagamento dos juros”. Na análise da Goldman Sachs, este apoio “vai continuar a gerar um impulso positivo para o crescimento do PIB em 2025″, sendo que o rácio de dívida portuguesa “está em linha para cair abaixo da zona euro até 2026”.
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