As exportações da indústria farmacêutica já bateram recordes absolutos nos primeiros nove meses deste ano e, na entrada do último trimestre, ultrapassaram os três mil milhões de euros, marcando novo número redondo na afirmação do sector – e, em termos globais, significa que quase metade da recuperação externa nacional até outubro vem daqui. A expectativa passa por manter os crescimentos expressivos dos últimos dois anos, refere fonte do sector ao JE, um cenário cada vez mais certo.
A ver a componente externa crescer acima de 40% em cada um dos últimos dois anos, a indústria farmacêutica ultrapassou, em outubro, os três mil milhões de euros de exportações, um marco assinalável para um sector cujas vendas ao exterior passaram os mil milhões pela primeira vez em 2016. Setembro havia já pulverizado o anterior máximo absoluto, definido em 2023, de 2,7 mil milhões de euros, mas, mantendo-se a atual tendência, o crescimento não parará por aqui.
Incluindo produtos farmacêuticos e matérias-primas, os dados do INE mostram que o sector exportou, até outubro deste ano, 3.168 milhões de euros, ou seja, mais 48% do que em igual período do ano passado. Mantendo-se esta taxa de variação até ao final do ano (ou até mesmo os 43,9% registados no ano passado), e considerando que 2023 fechou com 2,8 mil milhões de euros exportados, a indústria poderá mesmo ultrapassar os quatro mil milhões de euros em vendas ao exterior este ano.
Ao JE, fonte da APIFARMA – Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica estima, precisamente, que “2024 encerre com um aumento na mesma ordem de grandeza dos dois últimos anos”, salientando a afirmação deste ramo no panorama exportador nacional. Portugal tem beneficiado com a tendência de relocalização de parte das cadeias de valor para geografias mais próximas, tendo “revelado capacidade de responder a estes diversos desafios, assumindo-se como plataforma para o desenvolvimento e produção de produtos”.
Só em medicamentos, a componente mais relevante neste grupo estatístico, as exportações deste ano já vão em 2,9 mil milhões de euros.
De referir ainda a importância da indústria farmacêutica na recuperação das exportações em 2024, após a ligeira quebra no ano anterior. Até outubro, as vendas de bens portugueses ao exterior cresciam 3,6%, ou 2,3 mil milhões de euros, enquanto o sector avançava mais de mil milhões.
Contas feitas, a indústria farmacêutica é responsável por quase metade – neste caso, 45% – do crescimento das exportações nos primeiros dez meses deste ano.
“Acresce que a taxa de cobertura das exportações do sector farmacêutico atinge os 93%”, acrescenta a APIFARMA, o que fica muito acima da taxa de cobertura global de bens de 75% da componente externa portuguesa.
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