O território português acumulou 2.299 processos de insolvências de empresas em 2024, um número que representa um aumento de 4,9% face às 2.191 que tinham sido registadas até ao fim do ano anterior. Os dados foram divulgados esta terça-feira, 14 de dezembro, pela Allianz Trade.
Só no mês de dezembro, o número de pedidos de insolvências 46,9% face ao período homólogo, representando uma inversão ao que tinha sido registado em novembro.
Lisboa, Porto e Braga foram os distritos que apresentaram o maior número de insolvências, sendo responsáveis por mais de 58% do total registado no ano passado. O Porto destacou-se pelo aumento de 13,9% face ao ano anterior, totalizando 591 insolvências.
Já Lisboa manteve-se praticamente inalterada, com 433 insolvências este ano, e Braga apresentou um aumento de 8,1% face ao ano anterior, o que equivale a 321 insolvências.
Aveiro também apresentou um crescimento de 6,2%, enquanto Setúbal, Leiria, Coimbra e Faro registaram uma tendência de diminuição, com menos insolvências face a 2023.
Os setores de serviços, da construção, do têxtil e do retalho continuam a apresentar os valores mais elevados de insolvências no mês de dezembro. Já no total do ano, o setor dos serviços apresentou um aumento de 7,4%, enquanto o setor da construção registou uma diminuição de 8,7% global das insolvências.
O setor do têxtil ainda continua bastante impactado por casos de insolvência, com um total de 369 insolvências, o que corresponde a um aumento de 24,2% de casos numa base anual.
Foram as micro e pequenas empresa, com um volume de negócios inferior a 500 mil euros, que continuaram a registar o maior número de pedidos. Significa então que a tendência se manteve ao longo do ano.
Nadine Accaoui, presidente do conselho de administração e presidente da comissão executiva da Allianz Trade em Portugal, afirma que “estes números refletem a pressão enfrentada pelas empresas portuguesas ao longo de 2024. Apesar de algumas melhorias económicas, fatores como a inflação persistente, o aumento das taxas de juro e a recuperação lenta do consumo têm sido determinantes para o aumento do número de insolvências”.
“Para 2025, o cenário económico continuará a apresentar desafios significativos associados a fatores externos, como incertezas geopolíticas e a volatilidade dos mercados, mas as previsões apontam para uma estabilização económica, que poderá representar uma oportunidade para as empresas mais resilientes se adaptarem e fortalecerem as suas operações”, refere Nadine Accaoui.
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