O debate com o primeiro-ministro avança, esta quarta-feira, e os especialistas contactados pelo Jornal Económico dizem que os temas da habitação e TAP vão estar em destaque nesta sessão, mas também os factores externos, como a conjuntura económica no centro da Europa.
Segundo o politólogo José Palmeira, “o primeiro-ministro chega ao debate com algum conforto, na medida em que as últimas sondagens são bastante favoráveis, quer em termos da avaliação que é feita do Governo e também em termos partidários a AD surge destacada do partido socialista”. O barómetro da Pitagorica para o Jornal de Notícias, TSF, O Jogo e TVI/CNN Portugal, revelou que o primeiro-ministro tem uma avaliação positiva de 53% contra 38%, obtendo um saldo positivo de 15 pontos percentuais.
Além disso, José Palmeira diz que é preciso “não esquecer de que estamos em ano de autárquicas, o que significa que as intervenções vão também inserir-se neste contexto de pré-campanha”.
Nas últimas autárquicas e ainda com o governo socialista, António Costa “andou” em consecutivas reuniões de Conselho de Ministros “a dizer que tinha verbas do PRR para isto e para aquilo e identificava em cada conselho qual seria esse investimento”, recorda o especialista.
Para José Palmeira, “é natural que Luís Montenegro também queira usar algumas bandeiras”. Em termos autárquicos, o que mais preocupa é a habitação e aí há políticas nacionais e há políticas locais”, sublinha.
Outro tema impactante, de acordo com José Palmeira, são as obras públicas e “sabemos que em cima da mesa estão as questões da velocidade”.
Mas estes não são os únicos temas importantes em destaque. Também se vai discutir “a privatização da TAP”. É natural que até à discussão do próximo orçamento a questão da TAP avance e, portanto, talvez vão haver anúncios relativamente a este processo”, realça.
No debate também é sempre de esperar “aquelas questões sectoriais que a oposição coloca, que são os aspectos que persistem: a questão da saúde, a lei dos solos e as questões de segurança colocadas pelo Chega”.
Do ponto de vista económico, o economista Filipe Garcia diz que acredita que “os dados económicos não sejam, para já, alvo de grandes atenções”.
“Ou seja, os dado macro parecem ser benignos e muito do que poderá afetar Portugal parece vir mais de fora: tarifas, como os EUA se vão posicionar, governos e economia fraca no centro da Europa, tendo em conta que o crescimento português tem sido muito alicerçado na capacidade de atrair pessoas (para nos visitarem ou para aqui residirem)”, refere.
“Mas acho que as atenções não estão tão viradas para a economia nesta fase, ate porque o Orçamento do Estado foi aprovado e está agora em inicio de implementação; o PRR (execução) é, claro, importante”, acrescenta.
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