O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, defendeu que os crimes na cidade têm sido cometidos com maior violência, em reação a dados provisórios da PSP, hoje divulgados, que demonstram uma diminuição da criminalidade.
Dados oficiais provisórios da PSP, que hoje fazem manchete no Diário de Notícias, demonstram que a criminalidade em Lisboa registou “a segunda maior descida em 10 anos”, revelando que em 2024 foram participados na cidade “pouco mais de 28 mil crimes, o terceiro número mais baixo desde 2014, só superado pelos dois anos da pandemia”.
O presidente da Câmara, Carlos Moedas (PSD), que tem assinalado um aumento da perceção de criminalidade e pedido reforços da PSP e mais poderes para a Polícia Municipal, recusou hoje ter uma posição alarmista.
Salientando que “Lisboa é uma cidade segura”, o autarca disse haver também a perceção de que a criminalidade “tem um tipo de violência diferente”.
“Eu insisto que os crimes que são praticados nesta cidade, neste momento, têm um grau de violência diferente. Assaltar uma pessoa para roubar um relógio com uma arma à cabeça da pessoa não é normal e nunca aconteceu em Lisboa. Ter casos como estas violações que aconteceram também não é normal. E, lembre-se, quando há um triplo homicídio e que nós vemos aquilo que se passou na cidade que nunca tinha acontecido, também não é normal”, afirmou Moedas, em declarações aos jornalistas.
Carlos Moedas sublinhou que, se os dados se confirmarem no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), “são uma boa notícia para a cidade”, mas afirmou que vai continuar a insistir na necessidade de mais polícia nas ruas.
“Eu vou continuar a lutar por mais polícia em Lisboa. Porque sou eu que estou nos bairros, sou eu que tenho as pessoas que hoje, na Avenida da Liberdade, algumas pessoas que trabalham no comércio têm medo de sair à noite, o que não acontecia há tantos anos”, disse, afirmando ainda que há pessoas que acabam por não reportar os crimes de que são vítimas, pelo que não estão nas estatísticas.
O autarca destacou que os números preliminares da PSP apresentam uma média da criminalidade em Lisboa, mas “uma coisa são as médias, outra coisa são os casos concretos”, e uma análise mais concreta continua a deixá-lo preocupado.
“Por exemplo, algumas freguesias: Santa Maria Maior, em 2023, apresenta o maior valor da década. Se olharmos, por exemplo, para a 2ª Divisão, que tem Marvila, que tem o Parque das Nações, os números quase que duplicaram numa década. Ou seja, ao terem descido entre 2023 e 2024 não nos podem deixar descansados, ainda há muito trabalho para fazer e há uma preocupação”, sublinhou.
O Diário de Noticias avança hoje que a criminalidade no concelho de Lisboa regista a segunda maior descida em 10 anos, tendo só sido superados em 2020 e 2021, anos da pandemia covid-19.
Em 20 de novembro, na cerimónia comemorativa do 157º aniversário do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis), o comandante do Cometlis já tinha afirmado que os dados estatísticos da criminalidade “não correspondem ao sentimento de insegurança” difundido na opinião pública, avançando que nesta região os crimes violentos tinham estagnado.
“Os dados estatísticos sobre a criminalidade registada não são correspondentes ao sentimento de insegurança difundido nas redes sociais e em certos setores da opinião pública”, disse na altura Luís Elias.
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