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Economia britânica em risco de afundar 9% com Brexit sem acordo

Num documento divulgado pelo Governo de Theresa May, as estimativas sugerem que a economia recuaria 9%. Já o preço dos alimentos provenientes da União Europeia aumentariam 30%.
Dylan Martinez/REUTERS
27 Fevereiro 2019, 11h48

O Governo britânico fez as contas e estimou que perante um cenário de Brexit sem acordo a economia do Reino Unido poderia tombar em mais de 9%, com empresas na Irlanda do Norte a irem à falência e os preços da alimentação a aumentar.

A estimativa é citada pelo ”The Guardian”, que cita um documento  publicado pelo Executivo conservador de Theresa May. Nesse documento lê-se também que o governo está atrasado no planeamento de contingência para um terço dos ”projetos críticos” em relação aos negócios e comércio.

Um cenário de Brexit sem acordo significa que, de acordo com as previsões do Banco de Inglaterra, a economia seria de 6% a 9% menor nos próximos 15 anos, o fluxo de mercadorias através de Dover – um dos principais pontos de entrada – seria ”reduzido significativamente” e 30% dos preços dos alimentos provenientes da União Europeia aumentariam o que poderia contribuir para uma possível escassez e risco de compra. O Noroeste do Reino Unido seria a área mais afetada de acordo com o relatório, com uma economia a recuar em três décadas de 10,5%, seguida pela Irlanda do Norte (9,1%), País de Gales (8,1%) e Escócia (8%).

O relatório anuncia também que, atualmente, muitas empresas do setor de fornecimento de alimentos não estão preparadas para um Brexit sem acordo. A introdução de barreiras tarifárias neste cenário produziria um “impacto severo” em vários setores industriais britânicos, explica o documento. A UE introduziria tarifas sobre cerca de 70% da carne bovina, 45% das exportações de carne de cordeiro e 10% dos motores de veículos.

Para além disto, a falta de preparação para um cenário assim traduz-se também em apenas seis dos 40 acordos internacionais de comércio planeados terem sido assinados, até hoje.

O documento foi publicado poucas horas depois de Theresa May ter sido forçada a prometer duas votações-chave, permitindo aos deputados a opção de não negociar nenhum acordo e potencialmente atrasar a decisão sobre o Brexit.

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