De acordo com os dados mais recentes do ComparaJá.pt, referentes a janeiro de 2025, a capital representa 27,26% das novas subscrições de contratos de energia, enquanto o Porto, segunda maior cidade do país, regista 19,15%.
Se a diferença entre Lisboa e Porto já é significativa, o fosso torna-se ainda mais evidente quando analisadas outras regiões. Em Setúbal, apenas 10,30% das novas subscrições foram efetuadas, enquanto em Aveiro o número desce para 6,62%. Estes indicadores apontam para um mercado onde a inércia ainda prevalece, com muitos consumidores a manterem os seus contratos de eletricidade, possivelmente por desconhecimento das opções disponíveis ou falta de hábito de comparar tarifas no mercado liberalizado.
A discrepância na mudança de fornecedor de eletricidade entre Lisboa, Porto e o restante país não é um acaso. Nas grandes cidades, o maior número de consumidores traduz-se num fluxo de informação mais intenso sobre tarifas e poupança energética. Além disso, a concorrência entre comercializadores é mais agressiva, com campanhas de comunicação mais frequentes, incentivando os consumidores a procurar ofertas mais vantajosas.
Já em regiões onde a adesão à mudança é mais tímida, entram em jogo outros fatores. Um menor grau de digitalização, a falta de informação clara sobre as opções disponíveis ou até a inércia dos consumidores podem explicar esta resistência à troca de fornecedor.
Os dados do Relatório do Mercado de Energia de Janeiro do ComparaJá.pt reforçam a importância de uma escolha informada. Dependendo do perfil de consumo – desde casais sem filhos até famílias numerosas –, a diferença entre a tarifa mais económica e a mais cara pode ultrapassar os 70 euros por mês. Com este impacto direto na fatura de eletricidade, a comparação de tarifas assume-se como um passo fundamental para otimizar o orçamento familiar.
Apesar do impacto direto na fatura da eletricidade, a procura pela eletricidade mais barata continua a não ser uma prioridade para muitos consumidores. Para aumentar a adesão, é crucial reforçar a educação financeira e tornar o processo mais acessível. A disponibilização de ferramentas intuitivas de comparação e contratação, aliada a campanhas de sensibilização sobre as vantagens da concorrência no setor energético, pode desempenhar um papel fundamental na redução da inércia dos consumidores e na adoção de tarifas mais competitivas.
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