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PCP diz que Montenegro “empurrou para a frente” questão da “incompatibilidade”

“Empurrou para a frente com a barriga, desculpem a expressão, e andamos nisto. À custa dessa sua opção andamos nisto, o país anda nisto. O senhor primeiro-ministro é que devia chegar à conclusão que, de facto, não tinha mais condições para continuar”, disse hoje Paulo Raimundo aos jornalistas em Gondomar, no distrito do Porto.
9 Março 2025, 17h48

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, disse hoje em Gondomar que o primeiro-ministro, Luís Montenegro “empurrou para a frente com a barriga” a questão da sua “incompatibilidade”, insistndo que já se devia ter demitido.

“Empurrou para a frente com a barriga, desculpem a expressão, e andamos nisto. À custa dessa sua opção andamos nisto, o país anda nisto. O senhor primeiro-ministro é que devia chegar à conclusão que, de facto, não tinha mais condições para continuar”, disse hoje Paulo Raimundo aos jornalistas em Gondomar, no distrito do Porto.

Após um comício na Escola Básica Júlio Dinis, Paulo Raimundo insistiu que “o primeiro-ministro não pode continuar em funções”.

Para Paulo Raimundo, é claro que o chefe do Governo “teve uma ação de incompatibilidade com o facto de ser primeiro-ministro” e “perante isto só tinha uma coisa a fazer, que era demitir-se”.

No seu discurso, o deputado já tinha considerado que Luís Montenegro “arrasta o país para o pântano político”, e aos jornalistas disse que Luís Montenegro “não dá mais explicações sobre o que aconteceu por uma razão simples, é que não há forma de explicar, não tem explicação”.

“Ele sabe tão bem como eu e como quem nos está a ouvir que houve e há uma incompatibilidade”, referiu.

O líder comunista interrogou-se ainda sobre “qual vai ser o debate político a partir de terça-feira”, dia em que será votada uma moção de confiança ao Governo que poderá levar à sua demissão.

“É sobre a família do senhor primeiro-ministro? É sobre se o filho era menor? Quem é que paga e quem é que pagou? O debate político do país vai ser este? Com a vida das pessoas por resolver?”, questionou, considerando que “o país não aguenta uma coisa dessas”.

O secretário-geral do PCP disse ainda que atualmente há “manobras, jogos de sombras, tentativas de empurrar responsabilidades, vitimizações”, quando questionado acerca do Governo estar a culpar a oposição pela crise política, e considerou que nas últimas horas “se tem desenvolvido uma ação de pressão, de chantagem, de manobra, para salvaguardar apenas uma coisa: é que os projetos que estão em curso e que estão agendados ao serviço dos grupos económicos se concretizem”.

A atual crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, – e que passou esta semana apenas para os filhos de ambos – levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.

Depois de mais de duas semanas de notícias – incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva – de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou a 05 de março a apresentação de uma moção de confiança.

A rejeição de um voto de confiança implica a demissão do Governo. O Presidente da República, face a este cenário, já antecipou que as datas possíveis para realizar legislativas antecipadas o mais breve possível são 11 ou 18 de maio.

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