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Ucrânia: Rússia é alvo de 337 ‘drones’ no maior ataque aéreo de Kiev na guerra

O ataque ocorre poucas horas antes das conversações na Arábia Saudita entre representantes ucranianos e norte-americanos, que procuram uma solução para o conflito na Ucrânia.
Ucrânia
Yehor Milohrodskyi/Unsplash
11 Março 2025, 07h47

A Rússia foi alvo de 337 ‘drones’ ucranianos esta madrugada, com a região de Moscovo, onde morreu uma pessoa, a ser o centro do maior ataque desde o início da invasão da Ucrânia, em 2022.

O ataque ocorre poucas horas antes das conversações na Arábia Saudita entre representantes ucranianos e norte-americanos, que procuram uma solução para o conflito na Ucrânia.

“Os sistemas de defesa aérea intercetaram e destruíram 337 ‘drones’ aéreos ucranianos, incluindo 91 sobre a região de Moscovo e 126 sobre a região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia”, disse o Ministério da Defesa russo em comunicado.

O ataque também teve como alvo as regiões de Bryansk e Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, bem como Ryazan, Kaluga, Voronezh e Nizhny Novgorod.

“O maior ataque de ‘drones’ inimigos contra Moscovo foi repelido”, declarou o presidente da Câmara da capital russa, Sergei Sobyanin, na plataforma de mensagens Telegram, acrescentando que os ‘drones’ atingiram a aldeia de Sapronovo e a cidade de Ramenskoye, nos arredores de Moscovo.

“Os especialistas dos serviços de socorro estão a trabalhar nos locais onde caíram os destroços”, disse.

O governador da região de Moscovo, Andrei Vorobiov, indicou que uma pessoa morreu e três ficaram feridas no ataque, em duas localidades situadas nos subúrbios do sul da capital.

A empresa agroindustrial russa Miratorg disse que a vítima mortal trabalhava num centro de distribuição da companhia.

Jornalistas da agência de notícias France-Presse (AFP) informaram que num dos blocos de apartamentos atingidos na região de Moscovo, as janelas foram partidas e uma varanda parcialmente destruída.

O atentado ocorre também poucas horas antes da visita a Moscovo do secretário-geral da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), Feridun Hadi Sinirlioglu, que deverá manter conversações hoje com o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov.

“Esta não é a primeira visita a Moscovo de uma delegação internacional de alto nível que é acompanhada por um ataque de ‘drones’ das forças ucranianas”, escreveu a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, no Telegram, afirmando que os atos privam a OSCE do “seu significado original”, que é “garantir a segurança e a cooperação na Europa”.

Entretanto, o aeroporto internacional de Vnukovo suspendeu o tráfego aéreo, enquanto os outros três aeroportos que servem Moscovo “introduziram restrições temporárias”, informou a Rosaviatsia, a agência federal de aviação russa.

A Ucrânia e a Rússia enviam diariamente dezenas de ‘drones’, mas a capital russa raramente é atingida.

No final de dezembro, um ataque maciço de ‘drones’ ucranianos danificou edifícios e obrigou à retirada de populares na cidade de Kazan, no centro da Rússia, de acordo com a AFP.

Hoje, a Ucrânia vai apresentar aos Estados Unidos um plano de cessar-fogo parcial com a Rússia, numa reunião na Arábia Saudita.

Estas discussões em Jeddah são as primeiras a este nível entre as duas partes desde a desastrosa visita do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca, no final de fevereiro.

A Ucrânia vai estar em Jeddah com uma proposta, disse um responsável ucraniano, citado pela AFP na segunda-feira: uma “trégua no ar” e “no mar” com Moscovo.

“Estas são as opções de cessar-fogo que são fáceis de pôr em prática e de controlar, e é possível começar por elas”, acrescentou o responsável, que não se quis identificar.

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