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Montanha-russa de Wall Street continua com a queda das ações tecnológicas e dos media

As taxas aduaneiras adicionais aplicadas pelos Estados Unidos aos produtos chineses atingem agora 145%, indica um decreto da Casa Branca hoje divulgado. Resultado Wall Street volta a tombar.
Reuters
10 Abril 2025, 22h27

Wall Street voltou a fechar em queda, com os três principais índices a caírem mais de 2,50%, à medida que a euforia pelo Presidente Trump ter suspendido as suas tarifas recíprocas no dia anterior deu lugar à incerteza sobre a relação comercial entre os EUA e a China.

O S&P 500 encerrou a sessão a perder 3,46% para 5.268,05 pontos, enquanto o industrial Dow Jones caiu 2,5% para 39.593,66 pontos. O índice mais castigado pelos investidores foi o tecnológico Nasdaq Composite, que desvalorizou 4,31% para 16.387,31 pontos, corrigindo parcialmente os ganhos de 12,2% que registou na sessão anterior.

A Apple, entretanto, caiu 4,24% esta quinta-feira. A empresa mais valiosa do mundo perdeu cerca de 700 mil milhões de dólares do seu valor de mercado desde que o presidente Trump divulgou o seu plano tarifário na semana passada, mesmo após o aumento de 15% na quarta-feira.

A administração Trump aumentou a sua nova tarifa sobre as importações chinesas para 145% na quinta-feira — um dia depois de a tarifa ter sido aumentada de 104% para 125%. O governo comunista da China respondeu aplicando uma tarifa de 84% às importações americanas, ao mesmo tempo que procura “reduzir moderadamente” o número de filmes americanos exibidos.

O presidente Trump riu-se da redução do filme na quinta-feira, dizendo que “já ouviu falar de coisas piores”.

O dia de baixa de quinta-feira para Wall Street ocorreu depois de os mercados terem disparado na quarta-feira, após o anúncio do Presidente Trump de que iria suspender as suas tarifas recíprocas na maioria dos países durante 90 dias.

As obrigações do tesouro norte-americano continuam com os juros no mercado secundário a dispararem. Sobem as OT a 10 anos sobem 9,15 pontos base para 4,42%.

Em termos macroeconómicos o destaque vai para a inflação nos Estados Unidos que desacelerou em março, com os principais indicadores a ficarem abaixo das expectativas dos analistas, aliviando a pressão sobre a Reserva Federal.

O índice de preços ao consumidor recuou 0,1% em relação ao mês anterior, enquanto a taxa anual caiu para 2,4%, face aos 2,6% esperados. A inflação subjacente, que exclui alimentos e energia, também surpreendeu pela positiva, com uma variação mensal de apenas 0,1%.

A descida foi impulsionada sobretudo pela forte queda nos preços dos combustíveis, com a gasolina a recuar 6,3% no mês. Embora as tarifas impostas pelos EUA ainda não estivessem em vigor durante o período coberto por esta leitura.

Noutros mercados, o crude WTI cai 3,66% para 60,07 dólares e a cotação do barril de Brent para entrega em junho terminou hoje no mercado de futuros de Londres em baixa de 3,28%, para os 63,33 dólares.

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