Os trabalhadores da Tabaqueira querem ser ouvidos pelo ministro da Economia. Estão preocupados com o futuro da empresa e com a falta de políticas claras de apoio a uma indústria que exporta e cria riqueza. O pedido de audiência surgiu na sequência do anúncio da não renovação do contrato de produção com a EMT – Empresa Madeirense de Tabacos e que poderá levar ao encerramento desta unidade.
Na missiva consultada pelo Jornal Económico (JE), datada de 15 de abril, dia em que as Comissões de Trabalhadores da Tabaqueira foram informados pela administração da empresa do fim do contrato de fabrico “e da decisão de não dar continuidade a partir de 2026”, os trabalhadores pedem a Pedro Reis que “pondere o impacto que a ausência de uma tomada de posição pública pode ter relativamente ao investimento da PMI na Tabaqueira em Portugal uma das maiores empresas exportadoras nacionais”.
A Tabaqueira reagiu à movimentação das Comissões de trabalhadores, e fez saber, em nota enviada ao JE, que a produção será “transferida para a fábrica da Tabaqueira, em Sintra, a partir da data de caducidade do atual contrato”.
“Esta decisão foi comunicada atempadamente à EMT e decorre de uma avaliação cuidada do contexto de negócio e regulatório. O objetivo é garantir a estabilidade da operação da Tabaqueira em Portugal, onde a empresa continuará a concentrar os seus esforços de investimento e desenvolvimento industrial”, acrescenta a empresa fundada em 1927 por Alfredo da Silva.
As Comissões de Trabalhadores referem, na mesma carta em que solicitam a audiência à tutela da Economia, que estão “cientes das razões de negócio e económicas que justificam” a decisão da empresa. Contudo, manifestam preocupação “pelo impacto que a mesma possa ter nos cerca de 40 trabalhadores da Empresa Madeirense de Tabacos, para não falar de toda a cadeia de valor associada à atividade industrial na Madeira”, lê-se na carta.
“É do conhecimento destas Comissões de Trabalhadores que o atual contexto europeu que envolve a revisão da Diretiva Europeia relativa à estrutura e taxas dos impostos especiais sobre o consumo de tabacos manufaturados gera incertezas quanto ao futuro da atividade da Tabaqueira em Portugal. É também do conhecimento das Comissões da Tabaqueira que a administração da Tabaqueira pediu ao governo português que se manifestasse e esclarecesse a sua posição relativamente ao futuro enquadramento fiscal dos produtos de tabaco”.
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