O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, respondeu às críticas da oposição em relação à gestão da crise perante o apagão do dia de ontem, sustentando que o Governo tentou “de todas as formas, através dos meios de comunicação social e das redes sociais, chegar à população”, apesar da enorme “fragilidade” e sentimento de “impotência”.
“A preocupação do Governo foi comunicar, ao contrário do que se diz, com as limitações que tínhamos”, defendeu o governante em declarações à SIC Notícias. Pinto Luz lembrou que, meia hora depois do apagão, o ministro da Presidência, António Leitou Amaro, falou com a comunicação social e que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, o fez pelas 15 horas, e por fim às 21 horas, quando a reposição da eletricidade era quase total.
“Não estivemos preocupados em propagandear, estivemos fechados em gabinete de crise a comunicar com aqueles que precisavam”, declarou Pinto Luz, admitindo também que há aspetos que têm de ser melhorados e que há “lições” a serem retiradas do apagão cuja origem não se localizou em território nacional.
“Temos que pensar como é que, no futuro, devemos comunicar com a população em situações destas, sem dúvida. Se calhar temos de voltar a sistemas de comunicação não tão dependentes das tecnologias”, reconheceu, enaltecendo, ainda assim, que Portugal conseguiu em 11 horas a repor a totalidade da energia no país, tendo Espanha demorado mais tempo a fazê-lo.
Seja como for, há “lições” a retirar. “O SIRESP não funcionou a 100%. Teve falhas, mais uma vez”, confirmou o ministro. “Temos que aprender. Numa altura em que a Europa vive um período geopolítico único, com enormes deficiências na Defesa, temos que pensar na resiliência das nossas infraestruturas”, acrescentou Pinto Luz, antes da reunião do Conselho de Ministros extraordinário desta terça-feira, e numa altura em que ainda não há uma resposta cabal sobre o que motivou o apagão ibérico.
Questionado sobre se o Governo pode garantir que a situação que ocorreu ontem não vai voltar a repetir-se, o ministro das Infraestruturas respondeu: “Podemos garantir que estamos a tirar as lições necessárias suficientes deste processo que nunca tinha acontecido”, preferindo destacar que o sistema mostrou resiliência ao manter em funcionamento estruturas críticas como são, por exemplo, os hospitais.
Miguel Pinto Luz criticou ainda o aproveitamento político do sucedido, garantiu que o Governo não o fará – ” e seria fácil porque está a trabalhar há 11 meses” – e deixou um apelo ao bom senso: “Vamos analisar. O passa-culpas neste momento não faz sentido neste momento. Hoje o metro já está a funcionar. A CP está a funcionar. Os navios da Transtejo e Soflusa estão a funcionar. O sistema de saúde funcionou. As escolas estão a entrar na normalidade. O país hoje está em normalidade. Garantias para o futuro só as temos depois de aprender e tirar as lições do que aconteceu”, rematou.
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