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Tarifas: Presidente do Bundesbank diz que Europa deve posicionar-se como economia com “grandes forças”

Nagel discursava num pequeno-almoço informativo do Fórum Europa, em Madrid, onde reiterou que a política do Governo dos EUA não é “uma boa política económica” e que com as tarifas “ninguém ganha”.
Former U.S. President and Republican presidential candidate Donald Trump attends the Oakland County GOP Lincoln Day Dinner in Novi, Michigan, U.S. June 25, 2023. REUTERS/Rebecca Cook/File Photo
14 Maio 2025, 14h15

O presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, insistiu hoje que a Europa tem “grandes forças” e que os países que a compõem têm economias “superpoderosas”, uma realidade que deve ser colocada sobre a mesa durante as negociações sobre tarifas com os EUA.

Nagel discursava num pequeno-almoço informativo do Fórum Europa, em Madrid, onde reiterou que a política do Governo dos EUA não é “uma boa política económica” e que com as tarifas “ninguém ganha”.

“A Europa é uma economia de grandes forças” e não é “uma economia fraca”, disse o presidente do Bundesbank, que reconheceu que o crescimento “podia ser melhor”, mas na sua opinião “muito está a ser feito para melhorar as taxas de crescimento”.

Relativamente às negociações com o Governo de Donald Trump sobre as tarifas, indicou que devem ser abordadas “como parceiros realmente fortes” e que deve ser deixado claro aos “colegas norte-americanos” que se quiserem impor este tipo de tarifas e se forem por esse caminho “terão muito mais a perder do que os europeus”.

Nagel apresentou o exemplo da inflação, uma vez que um país que impõe tarifas “é muito mais vulnerável” à subida de preços do que os países que têm de pagar essas tarifas.

Referiu-se também à incerteza gerada por medidas deste tipo, que “não é boa para o investimento, não é boa para o consumo” e “não é boa para os mercados financeiros”.

Relativamente ao novo Governo alemão, manifestou esperança de que “a Alemanha consiga melhorar a sua situação” e descreveu como “corretos” os primeiros sinais dados pelo Chanceler, Friedrich Mer, “para promover o crescimento”.

No entanto, recordou que a Alemanha terá também de “lidar” com as questões da burocracia, da digitalização e dos preços da energia.

“A Alemanha tem de se recompor para melhorar a sua competitividade” e “se avançar nessa direção e se tornar mais forte, isso será uma boa notícia para toda a Europa”, afirmou Nagel, que considerou que o próximo trimestre poderá registar “algum reforço” e “números mais fortes e positivos do que o esperado”.

Este “pode ser um bom ponto de partida” e se “tudo o que eles disseram que iam fazer for implementado, então as coisas vão correr bem”, concluiu.

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