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“Geração ativa não pode ser sobrecarregada sem receber nada em troca”, diz professora da Universidade Católica

Maria d’Oliveira Martins, professora associada na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa aponta para a necessidade equilibrar as gerações dos 18 aos 25 anos, a geração ativa e a geração adulta. “A longevidade é boa porque permite ter os nossos pais e avós até mais tarde, mas tem um sobrecusto enorme para a geração ativa”, refere a docente.
15 Maio 2025, 12h33

O processo de longevidade em Portugal está por um lado a possibilitar que os mais jovens passem mais tempo com os seus pais e avós, mas esse facto está a provocar um custo a essa geração. A mensagem foi transmitida por Maria d’Oliveira Martins, professora associada na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa no painel intitulado ‘Demografia, negócios familiares e conspiração grisalha’, inserido na conferência “Zona de Impacto”, organizada pelo Jornal Económico, em parceria com o Novobanco.

“A longevidade é boa porque nos permite ter os nossos pais e avós até mais tarde, mas por outro lado tem um sobrecusto enorme para a geração ativa, que é chamada a subsidiar a educação dos seus filhos, mas também a ajudar os seus pais na velhice”, afirmou, sublinhando que é essa “geração ativa não pode ser sobrecarregada sem receber nada de em troca”.

A docente aponta que a velhice ativa não é generalizada e que esta só faz sentido quando as profissões são gratificantes, como é o caso dos professores por lidarem com os mais jovens diariamente.

Contudo, Maria d’Oliveira Martins, alerta que a longevidade tem consequências e que este é um processo que está em contraciclo numa sociedade que “já não valoriza os mais velhos”.

“Há uma sobrecarga desta geração ativa que é chamada a pagar cada vez mais pensões. É preciso reponderar o equilíbrio entre gerações, dos 18 aos 25 anos, a geração ativa e a geração adulta. É necessário que as três gerações estejam equilibradas”, sublinhou.

A docente destacou ainda que a longevidade impede os mais novos de receberem a herança da família na idade em que “essa herança era recebida no século XX, altura em que os pais morriam”.

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