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Marcelo ouve PSD, PS e Chega amanhã

Presidente da República começa a ouvir os partidos políticos na terça-feira, reservando esse primeiro dia às três forças mais votadas.
Marcelo Rebelo de Sousa
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, faz o seu discurso de Ano Novo, no Palácio de Belém, em Lisboa, 01 de janeiro de 2025. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
19 Maio 2025, 12h24

O Presidente da República vai receber na terça-feira em Belém as três maiores forças políticas que resultaram das eleições deste domingo. Começará por ouvir o PSD às 11h00, às 15h00 será a vez de o Partido Socialista e, por fim, às 17h00, o Chega.

“Na sequência das eleições para a Assembleia da República ontem realizadas, o Presidente da República nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 187.º da Constituição, vai iniciar amanhã, terça-feira, as consultas aos partidos políticos, tendo em conta os resultados provisórios anunciados pelo Ministério da Administração Interna, e sem prejuízo dos círculos que ainda falta apurar”, pode ler-se numa nota publicada no site da Presidência.

A AD (PSD/CDS) venceu as eleições legislativas com 86 deputados e 32, 10% dos votos, enquanto PS e Chega empatam no número de eleitos para o Parlamento, 58, tendo os socialistas obtido 23,38% e o partido liderado por André Ventura 22,56%. Apesar de a AD sair reforçada destas eleições, as condições de governabilidade e estabilidade não estão garantidas, com o resultado da Iniciativa Liberal (IL) a revelar-se insuficiente para dar a mão a Luís Montenegro.

Ainda durante a campanha eleitoral, o Presidente da República disse que queria nomear um Governo com a certeza de que o respetivo programa será viabilizado no Parlamento, o que considerou ser “a questão fundamental” nesta matéria.

“O Presidente está à vontade para nomear um Governo tendo a certeza que o Governo não é rejeitado imediatamente. Não está à vontade para o nomear não tendo essa certeza”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas na ocasião.

A Constituição estabelece que o Programa do Governo é submetido à apreciação da Assembleia da República “no prazo máximo de dez dias após a sua nomeação” e qualquer grupo parlamentar pode “propor a rejeição do programa ou o Governo solicitar a aprovação de um voto de confiança”.

Luís Montenegro, líder da AD, disse no discurso de vitória que os portugueses querem “este governo e não outro”, assim como “querem este primeiro-ministro e não outro”, pedindo às oposições sentido de Estado para que deixem a coligação PSD/CDS governar. No PS, Pedro Nuno Santos assumiu a estrondosa derrota e anunciou que vai deixar a liderança do partido. José Luís Carneiro, que disputou a liderança do partido há um ano e meio, afigura-se como o homem que se segue.

O Chega conseguiu o melhor resultado de sempre e, se voltar a vencer nos círculos da emigração, passará a ser o maior partido da oposição. Apesar de ter traçado como objetivo vencer as eleições, André Ventura tem conseguido pôr o partido sempre a crescer desde 2019, quando conseguiu eleger um deputado à Assembleia da República.

Ventura reclamou, por isso, que “acabou oficialmente o bipartidarismo em Portugal” e anteviu que “nada ficará como dantes” na política em Portugal.

À esquerda, o Livre mostrou estar em contraciclo. Foi o único a crescer ao alcançar 4,2% e passar de quatro para seis deputados.

O Bloco de Esquerda registou uma grande derrota, perdendo o seu grupo parlamentar, que chegou a ter 19 representantes em 2015 e 2019, passando a partido de deputada única, a sua coordenadora, Mariana Mortágua, que ainda assim confirmou a sua recandidatura à liderança na convenção marcada para novembro.

A CDU, com 3,0%, passou de quatro para três deputados. A IL ganhou um deputado relativamente a 2024, passando a contar com nove deputados, e acabou por não ter uma vitória tão expressiva como se pensou que poderia acontecer ao longa das últimas semanas. O PAN falhou o objetivo de voltar a ter um grupo parlamentar mas confirmou a eleição da sua porta-voz, Inês Sousa Real.

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