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Administração do Grupo Dia aceita oferta de Fridman

O conselho de administração emitiu um comunicado em que afirma que a OPA do empresário russo é a melhor saída para a crise e a única forma de os acionistas não registarem uma perda total dos seus ativos.
9 Abril 2019, 21h13

O conselho de administração do grupo Dia rendeu-se ao magnata russo Mikhail Fridman, já proprietário de 29% da organização e recomendou a venda na OPA que lançou sobre o restante capital, a 0,67 euros por ação. Os consultores contratados pela empresa – Bank of America Merrill Lynch e Rothschild – apresentaram ao órgão executivo dois relatórios que deixavam claro que a oferta cumpre todos os requisitos e assume um preço adequado, considerando a situação atual a empresa. O conselho diz agora que é a melhor alternativa possível.

O conselho do grupo tomou a decisão sobre a OPA um dia antes do planeado sobre a oferta lançada por Mikhail Fridman e esconde-se atrás da ideia de que é uma “oferta voluntária” para justificar o preço de 0,67 euros por ação. “A oferta é de natureza voluntária, por isso não é necessário que a contrapartida oferecida seja considerada um preço justo”, disse a empresa num facto relevante enviado esta terça-feira à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV).

“Dadas as circunstâncias atuais da sociedade, não havendo outra alternativa até à data deste relatório, foi aprovado pelos acionistas em Assembleia Geral de Acionistas, e tendo em conta os elevados riscos que implicaria para a empresa, seus acionistas, credores, funcionários e fornecedores o não êxito da operação, o conselho de administração emitiu um parecer favorável, entendendo que esta é a melhor alternativa existente para o grupo“, assegura o conselho de administração no documento.

Na verdade, como evidência da “vontade da administração em facilitar a aquisição” por parte de todos exceto o atual CEO, Borja de la Cierva, decidiram colocar sobre a mesa a sua renúncia imediata no caso de Fridman comprar o resto do grupo.

A administração acredita que a oferta pode representar uma oportunidade para os acionistas do grupo iram “buscar liquidez imediata” decorrentes da oferta pública de aquisição e que, se a OPA falhar, a situação “poderia levar à perda total do investimento” para os acionistas.

O grupo encerrou 2018 com perdas de 352,58 milhões de euros e um património líquido negativo de 98,82 milhões de euros.

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