Economia na zona euro aguenta em junho, mas não sai da estagnação

A economia da zona euro continua estagnada, mas a resistir a quedas mais profundas, de acordo com a leitura de junho do índice de gestores de compras (PMI). Os países mais periféricos têm perdido algum do fulgor que ajudou a manter a atividade à tona perante a fraqueza alemã e francesa e, apesar do resultado fraco, ambos os sectores permanecem no verde.

O PMI composto ficou em 50,2 em junho, ou seja, não mostrando variação em relação ao mês anterior apesar de o mercado projetar uma subida ligeira até 50,5 pontos. Por sector, a indústria até caiu, mas manteve uma leitura positiva com 51 pontos, o valor mais baixo nos últimos três meses, e os serviços subiram de 49,7 para 50 pontos, ficando assim no ponto de inflexão do índice.

A Alemanha mostrou uma ligeira melhoria do lado da indústria, mas esta subida foi compensada negativamente pela atividade em França. Mais, o crescimento fora das duas maiores economias europeias “foi o mais lento desde novembro”, espelhando bem a perda de ímpeto destes países que vinham funcionando como motor económico do bloco na ausência de crescimento na Alemanha e França.

Perante este cenário, a Pantheon começa por destacar que o índice registou 50,3 pontos de média no segundo trimestre, ou seja, marginalmente abaixo dos 50,4 registados nos primeiros três meses deste ano.

Olhando para a relação recente entre o indicador e o crescimento, os analistas destacam que os PMI têm vindo a sobrestimar o avanço do PIB nos últimos trimestres, mas duvidam que tal volte a acontecer neste segundo trimestre. A expectativa é de que a zona euro veja a sua economia acelerar entre 0,1% e 0,2%, mantendo-se assim numa tendência de estagnação clara.

A procura mantém-se sob pressão, mas está a recuperar marginalmente, continuam os analistas da Pantheon. Por outro lado, a perspetiva de tarifas acrescidas impostas pelos EUA está a suportar as encomendas industriais, que têm registado um front-loading, enquanto os serviços não registam uma dinâmica semelhante.

Ao mesmo tempo, a combinação desta antecipação de encomendas com as tensões geopolíticas mundiais está a colocar as cadeias de valor globais sob pressão, aumentando os prazos de entregas. Qualquer agravamento da situação, lê-se na nota da Pantheon, significará ainda mais perturbações e, por conseguinte, demoras maiores para as cadeias de produção.