Num contexto em que a economia russa está a sofrer os efeitos de uma guerra que é levada a cabo há quase três anos e meio, o Donbass e Novorossiya devem atingir o nível totalmente russo em todos os indicadores, incluindo a qualidade de vida, até 2030, disse o presidente russo, Vladimir Putin, citado pela agência TASS, numa reunião sobre desenvolvimento dessas regiões. “Até 2030, as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, as regiões de Kherson e Zaporozhye devem atingir o nível totalmente russo em todos os indicadores e na qualidade de vida das pessoas”, disse o chefe de Estado.
Putin observou que as autoridades russas supervisionam constantemente a restauração, o desenvolvimento da economia, das infraestruturas sociais, de transportes e de outras estruturas de Donbass e Novorossiya. “Juntamente com o governo e equipas regionais, avaliámos a situação em cada uma dessas regiões, vemos como projetos específicos e importantes voltados para a criação de novos empregos e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas estão a ser implementados, como a coordenação das ações de agências governamentais, corporações estatais e empresas é organizada em geral, e como a assistência de patrocínio a Donbass e Novorossiya é organizada por nossas outras regiões e cidades”, acrescentou o líder russo.
O presidente destacou os esforços do centro federal, das regiões e das equipas de grandes empresas. “No total, são 41 agências federais, 26 empresas estatais e 82 regiões patronais”, especificou Putin. Para os analistas ocidentais, esta estratégia indica que o esforço de guerra está a obrigar à convocação de todas as capacidades do país para pagar esse esforço. E as regiões que a Rússia quer integrar não podem ser uma exceção.
Putin especificou que o programa de desenvolvimento socioeconómico do Donbass e de Novorossiya prevê cerca de 300 ações. “Estamos a trabalhar de forma consistente em todas as áreas. Temos a obrigação de cumprir integralmente todas as tarefas que nos foram propostas”, afirmou.
O potencial económico das regiões de Donbass e Novorossiya é enorme, afirmou o presidente russo. “O potencial industrial, agrícola, logístico e económico das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, e das regiões de Kherson e Zaporozhye, é enorme. Elas deram uma contribuição significativa para o desenvolvimento de todo o nosso país, tanto antes da revolução (de 1917) como na era soviética. Escolas científicas e profissionais verdadeiramente brilhantes foram ali formadas, e especialistas altamente qualificados trabalharam ali”, disse.
E acrescentou que quando essas regiões faziam parte da Ucrânia, especialmente na última década, “tudo era financiado com base no chamado princípio residual e entrou em declínio”. Putin destacou a necessidade de uma retomada poderosa da economia dessas regiões. “Temos todos os recursos e oportunidades para isso. O principal é que se vejam mudanças para melhor e voltem para casa”.
O exemplo da Crimeia parece ir contra as iniciativas de Putin. De facto, e segundo os dados disponíveis, a Crimeia tem crescido, em termos de PIB, não apenas em menor percentagem que a Rússia no seu todo, como desacelerou quando comparada com o que crescia na altura (antes de 2014) em que pertencia à Ucrânia. As sanções impostas à Rússia depois do início da invasão da Ucrânia explicam em parte esse arrefecimento, mas não só. De algum modo, dizem os analistas, a transferência do polo de interesse da economia da Crimeia em direção unicamente à Rússia parece não ter sido a melhor opção regional.
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