O antigo presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, reagiu esta quarta-feira ao inquérito disciplinar aberto pelo clube, que pode levar à sua expulsão como sócio.
Vieira, que esteve à frente do clube durante quase vinte anos, expressou a sua indignação e acusa a atual direção de estar a usar este processo para encobrir os recentes insucessos desportivos. Num comunicado enviado à agência Lusa, Luís Filipe Vieira afirmou que não permitirá que o seu nome seja usado como “bode expiatório” para justificar o que considera serem “fracassos desportivos, perdas patrimoniais e de credibilidade” do atual mandato. Recorda ainda que as suas conquistas ao serviço do clube são “incontornáveis e inesquecíveis”.
O processo disciplinar foi anunciado pelo Benfica em junho e remonta a acontecimentos da Assembleia Geral de 27 de setembro de 2019, há quase cinco anos. Segundo a ata dessa reunião, Vieira terá apertado o pescoço a um sócio que o criticou. Embora o episódio seja antigo, está a ser utilizado como base para uma possível expulsão.
Luís Filipe Vieira, no comunicado, manifestou a sua incredulidade e indignação, relembrando “mais de 20 anos de trabalho e conquistas, incontornáveis e inesquecíveis, em prol do Sport Lisboa e Benfica”, acusando a atual direção de evitar responsabilidades e de usar o seu nome para desviar a atenção dos problemas internos acumulados.
“Não vou permitir que o meu nome seja usado como argumento expiatório de sucessivos fracassos desportivos e perdas patrimoniais e de credibilidade, que são a distinção que esta Direção, em final de mandato, tem para exibir”, afirmou.
Vieira também destacou o trabalho realizado durante o seu mandato, que decorreu entre 2003 e 2021, durante o qual o Benfica alcançou diversos títulos e recuperou a estabilidade financeira e institucional. “Devolvi, em conjunto com uma equipa de trabalho competente e coesa, a respeitabilidade financeira, institucional e desportiva ao Sport Lisboa e Benfica. Atributos que voltam a estar em dúvida, nomeadamente com processos como este”.
O ex-presidente considera que o inquérito é “injusto” e “ilegal”, uma vez que se refere a acontecimentos com mais de cinco anos, que nunca tinham sido alvo de interpelação. “Todos compreenderão que este processo é uma autêntica fuga para a frente! Fuga às responsabilidades, ao escrutínio da má gestão e ao debate esclarecido sobre o futuro do Sport Lisboa e Benfica”.
Luís Filipe Vieira também questionou a atual Direção sobre a transparência do processo, os fundamentos jurídicos envolvidos e o respeito pelos estatutos do clube, especialmente no que toca à separação de poderes.
“Vou zelar pela defesa do meu nome, passado e presente associativo no Sport Lisboa e Benfica e no desporto em Portugal”, afirmou.
O antigo presidente anunciou que irá solicitar reuniões com os presidentes do Conselho Fiscal, da Direção e da Mesa da Assembleia Geral, para obter explicações formais sobre o processo e saber se este está em conformidade com os estatutos do clube.
Vale lembrar que Luís Filipe Vieira renunciou à presidência em 2021, após ser detido na operação Cartão Vermelho, sendo substituído interinamente por Rui Costa, que foi eleito presidente nas eleições seguintes.
Com um novo ato eleitoral marcado para outubro deste ano, Vieira considera a possibilidade de se candidatar novamente. No entanto, caso seja expulso de sócio, ficará automaticamente impedido de o fazer.
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