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“Portugal é marca agroalimentar competitiva e com futuro”, afirmam especialistas

Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh, e Rute Xavier, PhD Advisor na Universidade Católica Portuguesa, subiram ao palco para defender uma maior autonomia alimentar da Europa.
18 Julho 2025, 16h43

Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh, e um dos oradores de encerramento do sétimo colóquio horto frutícola, promovido pela Lusomorango, sublinhou o facto de a União Europeia ser o maior exportador mundial do setor agroalimentar – à frente do EUA, Brasil, China e Canadá. “A nova Comissão Europeia terá de fazer uma reflexão profunda sobre as metas e exigências que precisam de ser equilibradas com a competitividade das empresas a nível europeu”, diz Gonçalo Santos Andrade. O presidente da Portugal Fresh apela também a que o novo orçamento comunitário reforce “uma política agrícola que terá de continuar a ser comum”.

O presidente da Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal acredita que o setor agroalimentar da União Europeia tem muito a ganhar com acordos da Mercosul, que abre oportunidades para os setores mais competitivos. “Vivemos uma transição desafiante e acelerada, novas tendencias consumo, práticas na Inteligência Artificial e robótica. O fim da abundância de produtos vai agudizar-se nos próximos anos. Em 2037 seremos 9 mil milhões de consumidores”, sublinha.

Gonçalo Santos Andrade apela a uma maior autonomia alimentar europeia, aproveitando as tecnologias digitais e o papel da Ciência no desenvolvimento agrícola. Isso passa também por um reforço da diplomacia económica e política para eliminar barreiras fitossanitárias e que impedem o acesso pleno a destinos estratégicos. “Portugal é marca agroalimentar competitiva e com futuro”, afirma o presidente da Portugal Fresh.

Rute Xavier, PhD Advisor na Universidade Católica Portuguesa, e outra das oradoras de encerramento, destaca a certificação alimentar  como muito relevante e que permite a entrada em cadeias de abastecimento e mercados fundamentais. “Quem tem poder de decisão que simplifique estes processos”, apela. Rute Xavier falou ainda da importância das parcerias entre empresas, setor público e Academia, que aceleram a inovação agrícola em 50%. “É benéfico para as empresas associarem-se à Academia. Se soubessem quanta tecnologia, inovação existe na agricultura se calhar deixam de querer ir trabalhar para a NASA e Google e vinha para a agricultura. Hoje em dia trabalha-se com agricultura de precisão, robótica e realidade aumentada”.

A especialista disse ainda que entende a imposição da União Europeia a investir em Defesa, mas não vê as mesma preocupação na autonomia alimentar que uma catástrofe mundial poderá acarretar. “Temos que ter mais e maior autonomia alimentar nacional e europeu”, refere.

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