Um grupo de hackers que terá sido patrocinado pelo Estado chinês, denominado Salt Typhoon, terá sido responsável por uma vaga de ataques cibernéticos, pelo menos desde 2019, dirigidos à maioria dos norte-americanos com o objetivo de interceder chamadas telefónicas privadas e roubo de informações pessoais, denunciou um antigo funcionário de topo do FBI, avançou o The Independent, na quinta-feira.
A mesma publicação refere que em outubro o então candidato presidencial pelo partido democrata [que veio a ser eleito presidente], Donald Trump, e o agora vice-presidente norte-americano, JD Vance foram alguns dos alvos do Salt Typhoon.
Citada pelo New York Times, uma antiga funcionário de topo do FBI, Cynthia Kaiser, disse que “não conseguia imaginar que nenhum americano tenha sido poupado, dada a amplitude da campanha”, referindo-se aos ataques cibernéticos chineses dirigidos aos Estados Unidos.
O The Indepedent sublinha, baseando-se em duas dezenas de agências governamentais mundiais, que este grupo de hackers teria como alvo não só redes globais como também “redes de telecomunicações, governo, transportes, alojamento e infraestruturas militares”.
É ainda dito que estes ataques cibernéticos foram conectados a empresas chinesas que “forneciam produtos e serviços relacionados com a cibersegurança aos serviços de informação da China, incluindo várias unidades do Exército de Libertação Popular e do Ministério da Segurança do Estado”, salientaram essas mesmas duas dezenas de agências governamentais mundiais.
Estas agências alertaram ainda que o roubo destes dados pode dar aos serviços chineses a capacidade de “identificar e rastrear as comunicações e os movimentos” dos seus alvos em todo o mundo.
Contudo de acordo com uma porta-voz da embaixada chinesa em Washington, citada pelo The Independent, não foram apresentadas “evidências conclusivas e fiáveis” que fizessem a ligação entre o Salt Typhoon e o governo chinês. Em declarações ao Wall Street Journal, Liu Pengyu, afirmou que a China “opõe-se firmemente e combate” todas as formas de ataques cibernéticos e crimes cibernéticos.
Já um diretor assistente da principal divisão cibernética do FBI, adiantou ao Wall Street Journal, que estes ataques cibernéticos dirigidos aos Estados Unidos é “uma das violações de ciberespionagem mais graves” que visaram o território norte-americano, alertando que o acesso destes hackers a mensagens de texto e chamadas “deveria fazer soar o alarme” aos norte-americanos
A antiga diretora adjunta de inovação digital da CIA, Jennifer Ewbank, deu conta ao New York Times, da existência de uma nova forma de ataques cibernéticos. Jennifer Ewbank salientou que atualmente existem campanhas apoiadas pelo Estado que são “caracterizadas por um elevado nível de sofisticação técnica, paciência e persistência”, como por exemplo a do Salt Typhoon.
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