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Ex-ministro Azeredo Lopes ouvido hoje na comissão de inquérito ao caso de Tancos

O processo de investigação ao furto do material militar dos paióis levou à demissão de José Azeredo Lopes, em outubro. O ministro justificou a decisão com a intenção de evitar um “desgaste das Forças Armadas”.
7 Maio 2019, 07h46

O ex-ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, vai ser ouvido esta terça-feira na comissão parlamentar de inquérito ao caso de Tancos. A audição acontece depois de o processo de investigação ao furto do material militar dos paióis ter levado à demissão de José Azeredo Lopes, que justificou a decisão com a intenção de evitar um “desgaste das Forças Armadas”.

As suspeitas de que José Azeredo Lopes, na qualidade de ministro da Defesa Nacional, teria conhecimento do encobrimento do furto do material militar de Tancos levaram à demissão do ministro , em outubro do ano passado. Em carta enviada ao primeiro-ministro, António Costa, José Azeredo Lopes afirmava: “Não podia, e digo-o de forma sentida, deixar que, no que de mim dependesse, as mesmas Forças Armadas fossem desgastadas pelo ataque político ao ministro que as tutela”.

O timing escolhido por José Azeredo Lopes para anunciar a demissão, em outubro, teve como objetivo “não perturbar” a finalização da proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2019. O governante garantiu sempre que não teve qualquer tipo de conhecimento “direto ou indireto”, sobre a alegada encenação do reaparecimento do material militar e o encobrimento para proteger os autores do furto.

O ex-ministro vai agora esclarecer o caso diante dos deputados na Assembleia da República. Também o primeiro-ministro, António Costa, deve prestar depoimento aos deputados, na comissão de inquérito. Os partidos têm até desta quarta-feira, dia 8 de maio às 18h00, para entregar as perguntas que querem ver respondidas, por escrito, por António Costa. O primeiro-ministro tem depois dez dias para responder, a contar do dia em que recebe as questões.

O furto do material militar foi detetado no final de junho de 2017. Na lista do arsenal roubado encontravam-se quase 1.500 munições de nove milímetros, mais de 100 granadas de mão de diversas valências, 44 granadas-foguete antitanque de 66 mm e vários explosivos de elevada potência. O material foi depois encontrado na zona da Chamusca, a 21 km dos paióis de Tancos, à exceção de munições de nove milímetros, que nunca chegaram a aparecer.

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