A cibersegurança está muito longe de ser apenas uma questão referente ao investimento uma vez que, no que concerne às empresas, há um aspeto cultural que deve ser assegurado e que é tão ou mais importante. A ideia foi deixada por Alexandre Fonseca, presidente do Conselho Estratégico de Economia Digital da CIP, no evento do JE dedicado à Inteligência Artificial e Cibersegurança, que decorreu hoje em Lisboa.
O encontro Special Report – IA e Cibersegurança, no Hotel Intercontinental Lisboa, reúne em Lisboa, esta quarta-feira, especialistas de várias áreas para debater os impactos da inteligência artificial e os desafios emergentes da segurança digital. O debate cruza perspetivas tecnológicas, regulatórias e de gestão, com o objetivo de perceber se as empresas estão verdadeiramente conscientes dos riscos e preparadas para responder a esta nova realidade.
Mas estarão as empresas conscientes dos riscos digitais que podem enfrentar? Sim e não, conclui o antigo responsável da Altice Portugal: “Há uma consciência para estas temáticas mas não há um grau de preparação em Portugal, num tecido constituído sobretudo por PME. Estudos recentes mostram que em Portugal existe essa consciência, no top management e nas camadas intermédias de gestão. Há uma pressão exterior relativamente a esta temática, com impactos evidentes mas também uma consciência dos colaboradores que estão cada vez mais preocupados com a sua identidade e pegada digital”.
“Nas PME há essa preocupação mas não deixamos de ser latinos porque uma coisa é a consciência e outra é a preparação. Está relacionado com investimento mas também com uma questão cultural que obriga as empresas a agir só perante a casa roubada, digamos em sentido figurado. É preciso estratégia e uma cultura de segurança. O fator humano é relevante mas a empresa deve ter essa cultura de segurança e que essa cultura seja fomentada pela liderança”, destacou.
Alexandre Fonseca realça que a CIP “não fica tranquila” com aquilo que possa acontecer e confessa: “Há muito trabalho a fazer”. Se a tecnologia é “muito importante”, a verdade é que “existe uma vertente comportamental que é extremamente importante e deve ser levada até à gestão, que muitas vezes acha que não precisa dessa formação”.
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