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“Desinformação é o maior cancro que podemos ter na internet”, diz ex-diretor do Centro Nacional de Cibersegurança

António Gameiro Marques alerta que vivemos tempos em que o meio digital deixou de ser apenas uma ferramenta e tornou-se um território e que por isso é necessário conhecê-lo para não correr riscos. “O digital pode redifnir o que é uma empresa, uma democracia e uma sociedade”, referiu.
17 Setembro 2025, 10h05

As ferramentas digitais estão a tornar-se um território que se não for conhecido vai trazer riscos para as empresas, democracias e sociedades. O alerta foi deixado por António Gameiro Marques, ex-Diretor-Geral do Gabinete Nacional de Segurança e do Centro Nacional de Cibersegurança, no Special Report – IA e Cibersegurança, organizado pelo Jornal Económico, que decorre no Hotel Intercontinental Lisboa, esta quarta-feira.

“Vivemos tempos em que o digital deixou de ser apenas uma ferramenta, tornou-se um território. A desinformação é o maior cancro que podemos ter na internet”, afirmou, realçando que a Inteligência Artificial e cibersegurança podem fazer algo positivo, mas é necessário analisar os impactos que podem trazer ao modelo de sociedade em que vivemos.

Como tal, destacou que como em qualquer território que é novo, é preciso conhecê-lo, até porque há riscos caso isso não aconteça, mas também oportunidades.

“O digital pode redefinir o que é uma empresa, uma democracia e uma sociedade. Olhar para o digital apenas como uma tecnologia, não é olhar pela perspetiva certa”, sublinhou, acrescentando que os desafios da IA não são apenas de natureza técnica, mas sim de natureza política e ética.

O relatório do Centro Nacional de Cibersegurança divulgado na segunda-feira aponta entre outras preocupações para mais ataques a infraestruturas na cloud e um uso ofensivo de ferramentas de Inteligência Artificial degenerativa, dando conta que entre 2019 e 2020, o número de ataques informáticos duplicou e tem vindo escalar desde então.

Face a estes dados, António Gameiro avisa que é preciso olhar para a IA como uma aliada nas ameaças digitais. “Não olhem para ela como uma adversidade. Bem usada é uma ajuda enorme e eficácia como usamos o nosso tempo. O maior risco não é a IA em si, mas sim a nossa passividade”, referiu.

A finalizar o ex-diretor do Centro Nacional de Cibersegurança salientou ainda a importância da liderança ética, que não pode ser apenas voluntária tem de ser obrigatória e por isso é preciso investir neste campo.

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