Diogo Gaspar Ferreira afirmou que foi a Caixa Geral de Depósitos (CGD) que exigiu ser acionista da sociedade que comprou o resort de Vale do Lobo em 2006, revela o jornal “Observador”. O ex-acionista e presidente da sociedade, referiu esta tarde durante a audição na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos que esta foi uma das condições transmitidas para autorizar o financiamento deste negócio.
Diogo Gaspar Ferreira, mostrou desconhecimento quando questionado por Paulo Sá do Partido Comunista Português (PCP) sobre as condições que a direção de risco do banco recomendou para esta transação e pela informação disponível este parecer ia exatamente no sentido de contrário de exigir a redução da exposição da Caixa à operação.
Uma das condições que não foi cumprida era que os acionistas privados entrassem com mais capital próprio na transação financiada pela Caixa. No entanto, a CGD não só financiou sozinha a compra do Vale do Lobo como ficou com 25% da sociedade gestora, através da Wolfpart, o que fez aumentar a exposição ao incumprimento da sociedade.
Na sua intervenção inicial, o ex-acionista salientou que a Caixa recusou duas propostas de fundos internacionais “credíveis” para comprar Vale do Lobo em 2013 e 2017. A primeira proposta veio de um fundo de investimento inglês no valor de 180 milhões de euros para comprar a dívida da empresa à Caixa. Em 2017, o banco terá recusado uma nova proposta de um fundo internacional “credível” de 160 milhões de euros.
Diogo Gaspar Ferreira, considerou que estas recusas foram um sinal de que o banco do Estado esperava recuperar mais, mantendo o resort.
O ex-presidente frisou também que o financiamento foi dado contra a hipoteca do património imobiliário que garantia 145% do valor financiado pela Caixa. O resort de Vale do Lobo foi avaliado em 270 milhões de euros e comprado por 230 milhões de euros em 2006. O dinheiro veio todo do banco do Estado que no final de 2017 tinha um crédito sobre esta sociedade superior a 300 milhões de euros.
Diogo Gaspar Ferreira, é o primeiro “devedor” a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos.
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