O desemprego tem vindo a recuar ao longo deste ano, mas não é líquido que a trajetória se mantenha.
“Embora o mercado de trabalho tenha mostrado sinais positivos no primeiro semestre, espera-se uma desaceleração moderada na segunda metade do ano, com menor ritmo de crescimento no emprego e estabilidade na taxa de desemprego, conforme as projeções do Banco de Portugal”, diz ao Jornal Económico Nuno Troni, business director de Search & Selection da Gi Group Holding Portugal, com duas décadas de conhecimento acumulado no sector de Recursos Humanos.
As recentes alterações ao Código do Trabalho podem vir a “influenciar fortemente” as previsões para o segundo semestre, adianta, explicando que estas alterações vêm aumentar a complexidade administrativa e uma maior necessidade planeamento por parte das organizações.
“Este cenário leva muitas empresas a adotar uma postura mais cautelosa na criação de novos postos de trabalho, ponderando cuidadosamente cada contratação, o que, por sua vez, contribui para reforçar a tendência de desaceleração do crescimento do emprego, mesmo em setores que se mantêm relativamente dinâmicos”, justifica.
Seja como for, é certo que continuará a haver uma grande necessidade de talento altamente especializado. O foco, concretiza, estará em processos de recrutamento “mais seletivos e estratégicos”, orientados para funções de “impacto direto” no negócio. As áreas de analytics, cibersegurança ou as fintechs deverão continuar a liderar a procura, “consolidando-se como motores de transformação económica até ao final deste ano”.
Na sua avaliação sobre a evolução do mercado de trabalho em Portugal no primeiro semestre de 2025 e perspetivas para o futuro, Nuno Troni antecipa “alguma pressão salarial” em funções críticas, como resultado da escassez de perfis que combinem certificações técnicas e experiência operacional.
O Instituto Nacional de Estatística regista níveis de desemprego historicamente baixos nos primeiros meses do ano. Entre janeiro e junho de 2025, a taxa, que começou o período nos 6,2%, atingiu o seu valor mais baixo em junho, com 6,0%, e registou uma média trimestral de 5,9%.
No primeiro semestre, a Gi Group Holding Portugal que opera na área de recrutamento especializado com as marcas Wyser, Grafton e Qibit dá conta de um aumento para mais do dobro no número de pedidos realizados pelas empresas, verificando-se também um crescimento no que diz respeito ao número de profissionais colocados em cerca de 72%, face ao período homólogo.
Os dados da empresa fornecidos ao JE referem um crescimento de 72,2% nas colocações da Gi Group do primeiro semestre face ao período homólogo de 2024. Nos pedidos, a performance é ainda mais impressionante: +121,4% face ao mesmo período do ano anterior.
Building & Construction, IT e FinTech são os sectores mais dinâmicos e entre os perfis mais procurados, o destaque vai sobretudo para engenheiro de processo, supervisor/a de produção, técnico/a de ambiente e segurança, diretor de obra, eng. de estruturas, especialista de logística, engenheiros de qualidade e eletrotécnico, software developers/engineers, consultores/as SAP, cibersegurança, data & analytics, audit/risk compliance.
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