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Ucrânia: Guerra já com 50 mil vítimas entrou numa “fase ainda mais perigosa”, alerta ONU

Segundo o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, essa fase está a alastrar com “bombardeamentos contínuos contra escolas, hospitais e abrigos”.
Ucrânia
3 Outubro 2025, 12h32

A invasão russa da Ucrânia, que já provocou mais de 50 mil vítimas entre mortos e feridos, incluindo três mil crianças, “entrou numa fase ainda mais perigosa e mortal para os civis ucranianos”, alertou hoje a ONU.

Segundo o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, essa fase está a alastrar com “bombardeamentos contínuos contra escolas, hospitais e abrigos”.

Nos primeiros oito meses de 2025, o número de vítimas aumentou 40% face a 2024, indicou Turk, adiantando que os três anos e meio de conflito já causaram a morte de cerca de 15 mil civis ucranianos, enquanto outros 35 mil ficaram feridos.

“Esta guerra tem de acabar, o custo humano para os civis, para os soldados e para as suas famílias é enorme e devastador”, afirmou Turk num debate sobre a Ucrânia no Conselho de Direitos Humanos da ONU, onde advertiu que todas as negociações e iniciativas de paz “devem dar prioridade à proteção dos civis”.

O alto comissário austríaco sublinhou que este ano continuaram os ataques ao longo da linha da frente e os bombardeamentos aéreos intensos sobre a Ucrânia, muitos deles em áreas povoadas, incluindo o maior de todo o conflito, ocorrido na noite de 06 de setembro, quando a Rússia lançou 810 drones de longo alcance e 13 mísseis.

Turk acrescentou que a Rússia também comunicou vítimas civis na sequência de ataques ucranianos no seu território, ainda que em número bastante inferior e não verificado pelas Nações Unidas.

O alto comissário acusou as autoridades russas de continuarem a perpetrar violações generalizadas e sistemáticas dos direitos humanos contra civis nos territórios ocupados no sul e no leste da Ucrânia, incluindo execuções extrajudiciais, tortura e violência sexual contra detidos e prisioneiros de guerra.

Segundo Turk, os residentes em zonas ocupadas pela Rússia na Ucrânia “enfrentam uma pressão crescente” para obter a cidadania russa para “aceder a serviços básicos, sob pena de sofrerem intimidação, deportação e a confiscação dos seus bens”.

O responsável da ONU acusou Moscovo de impor, nos territórios ocupados, uma educação de cariz patriótico e militar, além de intensificar a vigilância e a censura, “num esforço deliberado para suprimir a dissidência e a identidade ucraniana”.

O chefe de direitos humanos das Nações Unidas manifestou ainda preocupação com os recentes avistamentos de drones militares russos em países vizinhos da Ucrânia, “o que recorda o perigo que esta guerra representa para toda a região”.

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