A ‘startup’ portuguesa FullVenue, que usa inteligência artificial (IA) para segmentar audiências, estima faturar 1,5 milhões de euros em 2026 e expandir internacionalmente após ronda de investimento, disse à Lusa o presidente executivo (CEO).
A tecnológica, que aplica IA para segmentar as audiências, o que permite maior eficiência das marcas de ‘ecommerce’ [comércio eletrónico], está também a olhar para o Médio Oriente, marcando presença em dois eventos – Dubai e Riade – durante este mês.
Criada em plena pandemia, em 2020, a tecnológica prevê faturar este ano 400 mil euros, depois de em 2024 ter alcançado os 200 mil.
“Estamos em crescimento, e agora com o produto [plataforma de segmentação de audiências Clustie] queremos acentuar o crescimento, para o ano a faturação será de 1,5 milhões de euros”, afirmou Tiago Costa Rocha, CEO da ‘startup’.
A Clustie (https://clustie.ai) “foi lançada há dois meses e é um produto que foi totalmente automatizado, não precisa de nenhum controlo da nossa parte”, uma vez que fica “nas mãos das marca e faz o trabalho sozinho”, acrescentou.
Ou seja, é um agente de IA, um sistema que executa tarefas de maneira autónoma.
“Neste momento já estamos com 30 clientes” e os mercados em que a Clustie está são Portugal, Espanha, Reino Unido e Roménia.
“O nosso foco está muito na Europa, queremos crescer dentro destas geografias” que são “muito fortes a nível ‘ecommerce’ e vão permitir que internacionalizemos o nosso produto de forma sólida”, salientou Tiago Costa Rocha.
A FullVenue foi fundada há cinco anos “com o foco de entregar inteligência artificial para segmentação de audiências e melhoria do resultado das marcas, ou seja, canais de vendas, performance de marketing para aumentar a eficiência das campanhas usando segmentos otimizados, ou seja, pessoas que a IA identifica como tendo maior propensão para comprar para serem utilizadas como grupo de controlo para atingir pessoas mais qualificadas, vender mais e gastar menos em marketing”, enquadrou o CEO.
Numa primeira fase, a tecnológica entrou na área de desporto e eventos e assim se desenvolveu até chegar ao agente IA Clustie.
“Deixámos de estar unicamente e exclusivamente na área de desporto e eventos”, disse, adiantando que agora são “todas as marcas que vendem ‘online’ e que anunciam os seus produtos em canais de marketing como Google ou Meta, por exemplo”.
Com a Clustie, em apenas “três cliques a marca vai buscar os seus dados que são segmentados e integrados nos canais”, disse.
Neste momento, “estamos a abrir uma nova ronda de investimento em que queremos captar capital e contamos ter fechada até princípio de 2026”, referiu Tiago Costa Rocha.
O objetivo é aumentar a “capacidade de investigação e desenvolvimento, expansão internacional e marketing”, disse.
A tecnológica desenvolveu ainda uma ferramenta disponível ‘online’ que permite às marcas perceber quanto estão a perder no mercado por não segmentarem o negócio (https://www.fullvenue.ai/blog-posts/how-to-calculate-roas-formula-benchmarks-and-free-calculator).
“Temos uma visão clara de abrir novas localizações da Fullvenue, no horizonte de um ano após o fecho da ronda de investimento”, possivelmente entre Espanha e o Reino Unido, avançou.
Tem vagas abertas para engenheiros de IA e nas áreas de produto, ‘dada science’ [ciência de dados] e marketing e espera fechar o ano com 20 pessoas (atualmente são 17).
O CEO da FullVenue admitiu “alguma dificuldade em captar talento” porque “o mercado está muito competitivo” e as empresas estrangeiras “pagam muito acima da média que as ‘startups’ conseguem pagar”.
Em janeiro de 2024, a FullVenue recebeu dois milhões de euros da Buenavista Equity Partners Portugal que permitiu escalar de três pessoas para as 17 e criar a plataforma Clustie, o que dá escala.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com