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Portugal destaca-se na Europa na digitalização de pagamentos

Segundo as conclusões do novo relatório da Nuek, os modelos de subscrição estão a emergir como novas alavancas de competitividade para o comércio.
9 Outubro 2025, 15h15

A digitalização está no centro da transformação na indústria dos pagamentos, sendo importante para dar resposta às exigências do consumidor digital. Portugal destaca-se na digitalização dos pagamentos, com uma taxa superior a 50%, e no comércio internacional, com 45%, acima de Itália, Espanha e Reino Unido.

Segundo as conclusões do novo relatório da Nuek, os modelos de subscrição estão a emergir como novas alavancas de competitividade para o comércio.

Contudo, a digitalização do ponto de venda continua limitada por barreiras de adoção, enquadramentos regulatórios desalinhados e um ecossistema fragmentado, que impede a criação de experiências verdadeiramente integradas.

O relatório mostra que Portugal é o único país europeu analisado que ultrapassa os 50% de disponibilidade de pagamentos com SoftPOS, valor superior a Espanha, que se situa entre os 30% e 40%, e ligeiramente inferior a alguns países da América Latina.

“Esta tecnologia transforma um simples smartphone ou tablet, com tecnologia NFC, em terminais de pagamento sem contacto, permitindo que os comerciantes aceitem pagamentos sem necessidade de hardware adicional”, refere o relatório.

“Durante décadas, a aceitação de pagamentos digitais esteve limitada a um modelo físico, rígido e dispendioso”, afirma Jávier Rey, diretor executivo da Nuek, “o que vemos hoje é uma mudança de paradigma: a função do terminal integra-se no smartphone, o comércio ganha agilidade e os custos reduzem-se drasticamente. O que antes era uma limitação tecnológica é agora uma via para ativar um novo modelo operativo para os estabelecimentos que tinham ficado à margem da transformação digital”.

O estudo mostra que os pagamentos por subscrição estão a ganhar relevância, especialmente em negócios que procuram maior estabilidade de receita e fidelização do cliente. Em Portugal, há uma clara preferência pelos débitos diretos.

Embora o comércio eletrónico continue a crescer na Europa e na América Latina, o canal transfronteiriço ainda tem um caminho a percorrer para se consolidar como uma opção cómoda e fiável. Portugal tem se distinguido, com 53% da população bancarizada a realizar compras online fora da União Europeia.

“Portugal, tal como os restantes países europeus, apresenta uma adoção moderada de tecnologias inovadoras como SoftPOS, marcada por uma forte brecha geracional e pela preferência por métodos tradicionais entre os mais velhos. O comércio eletrónico internacional tem uma quota relevante, mas a experiência de consumo continua limitada por custos, segurança e opções de pagamento. Já os pagamentos por subscrição estão a ganhar terreno, destacando-se a preferência pelos débitos diretos, que representam 44% deste tipo de transações no nosso país”, refere Miguel Simões, diretor de Serviços Financeiros da Minsait em Portugal.


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