Os representantes da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, o consórcio responsável pela vacina contra a Covid-19 aprovada esta sexta-feira para uso na União Europeia, salientaram a importância deste dia “histórico” na luta contra a pandemia no espaço europeu e garantiram que todos os esforços estão a ser feitos para aumentar o ritmo de produção.
Numa videoconferência para assinalar a aprovação do fármaco pelo Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC), o diretor executivo da farmacêutica enalteceu o trabalho dos laboratórios da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, que cumpriram o que “ninguém achava possível há nove meses”, ou seja, o desenvolvimento de um produto cuja pesquisa costuma envolver vários anos.
“Temos trabalho muito arduamente para assegurar que conseguimos disponibilizar uma vacina a milhões de pessoas sem lucro”, referiu Pascal Soriot. Ainda assim, o responsável pela empresa sueco-britânica reconhece que tem havido “disrupções” na cadeia de fornecimento, que, por ser “altamente dispersa”, são relativamente expectáveis. Como tal, a farmacêutica tem considerado recolocar partes do processo na Europa, de forma a evitar cenários como o que levou à tensão atual com a União Europeia (UE). Sobre este assunto, Soriot foi parco nas palavras.
“Encontrei-me com os representantes europeus porque queria explicar em que ponto estávamos e tivemos uma boa discussão. Estamos totalmente focados em assegurar a entrega”, adiantou. Para o diretor da companhia, as doses que a UE for recebendo deverão ser todas utilizadas no imediato, dados os indicadores nos ensaios clínicos que mostram um prazo bastante alargado para a toma da segunda dose.
“Quando entregamos 20 milhões de doses à UE no mês não vacinamos só 10 milhões de pessoas. Podemos vacinar 20 milhões, porque a flexibilidade do regime de toma permite um intervalo de até três meses”, aconselhou Pascal Soriot, que informou ainda que a AstraZeneca já dispõe de “milhões” de unidades prontas para enviar para a UE “nos próximos dias”.
Relativamente à eficácia tanto face às novas estirpes identificadas em todo o mundo como para os cidadãos mais idosos, o diretor do Oxford Vaccine Group mostra-se confiante em resultados favoráveis no que toca a estes dois tópicos, mas pede “mais tempo” para que possam verificar a informação resultante destes processos de vacinação em massa.
“Quando olhamos para as alterações no peplómero [a proteína que permite ao microrganismo fixar-se no corpo humano] do vírus, é expectável que haja algum impacto na eficácia e alguns dos dados publicados nas últimas 24 horas parecem apontar para isso, mas precisamos de mais informação”, apontou Andrew Pollard.
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